17 agosto 2010

A sina dos domingos em Aachen

                Aqui não existe a palavra “Sunday” para se descrever o domingo. Sempre são “rainydays”. Tudo bem que eu passei só três domingos aqui na cidade, e um deles eu estive na realidade em Bruxelas, mas em TODOS choveu torrencialmente, da hora em que acordei até a hora em que fui dormir
                Hoje eu consegui também ir à missa. Fui com a Yesenia (colombiana) e a Adinda (Indonesiana), as únicas católicas do nosso grupo. Claro que todos acordaram a mesma hora, porque o café da manhã fecha as nove, mas nós saímos mais cedo que os outros. Sim, eu estou aqui pra aprender alemão também, mas não, eu não entendi nada da missa. Entendi o sinal da cruz, e por conhecer bem os ritos sabia em qual parte eu estava, mas do que eles estavam falando mesmo, só entendi que a primeira leitura era sobre a profecia da vinda do Messias, a segunda era a 1ª Carta de São Paulo a alguém (não entendi) e que o Evangelho era a visita de Maria à sua prima Isabel, que em alemão eles chamam de Elizabeth. Eles não têm as leituras nos folhetos como em Brasília, só as músicas em livros grossos com as partituras, igualzinho aos dos EUA. Antes que alguém pergunte: sim, as músicas também são em alemão. Fora isso, os ritos são os mesmos, como deveria ser, o Pai-Nosso foi cantado (eu só entendi que era o Pai-Nosso quando chegou na Paz de Cristo e não tínhamos rezado ainda) e eu e a Yesenia fomos os únicos a nos virarmos para desejar a Paz de Cristo para quem estava à nossa volta. Mas como ela diz, “é algo com que eu posso viver”. =)
                Em seguida fomos ao tão esperado “Soccer Tournament”. Chegamos um pouco atrasados, devido à missa, mas não perdi nenhuma partida, pois eram quatro times e eu entrei no time 4, que não tinha chegado ainda. Ganhamos só a primeira partida, do time que não ganhou nenhuma outra, e o povo era muito ruim. Sei que não sei nenhum craque, nunca fui, mas cara, a galera era MUITO ruim! E porque raios eles colocam as mulheres para jogarem junto com os homens? Elas não podem fazer dois timinhos, jogar 5 minutos e ficarem felizes? Não, têm que querer jogar junto com a gente, gritar quando a bola chega perto delas e às vezes não sair da frente quando estamos correndo. Nessas situações a gente fica muito embaraçado pedindo desculpas, enquanto as levanta, por algo que nem nossa culpa foi! No fim da primeira partida meu dedão do pé esquerdo tava sangrando embaixo da unha e no fim da segunda eu estava com a sola do pé direito cortado. Enfim... o futebol bom mesmo só aconteceu quanto o torneio terminou, e ainda tínhamos 2 horas pro churrasco, e poderíamos ficar no ginásio até a hora de comer. Fizemos o time dos que estavam fazendo o curso junto, havia ainda o time dos japoneses e o dos alemães. Ganhamos de muito, porque os japoneses são daqueles nerds bobões e os alemães não jogavam bem. O Murilão com a camisa 10 do Flamengo marcou dois gols na primeira partida e na segunda entrou numa dividida, chutou o pé do cara e foi substituído bem no comecinho do jogo. Coloquei um gelinho que na hora melhorou e nem tava mais sentindo, mas depois inchou e doeu a noite inteira. Tudo fruto de jogar futebol descalço, já que não trouxe chuteiras.
                Estávamos esperançosos pelo churrasco também, mas esse foi um (quase) completo desastre. Em parte porque estava chovendo e os organizadores tiveram que improvisar um espaço da faculdade um pouco distante do centro esportivo, em parte porque chegamos lá e tivemos que esperar uma hora até o churrasco ficar pronto (eles começaram a fazer na hora que chegamos), em parte porque quando a comida ficou pronta ela acabou tão rápido porque não consegui pegar e em parte porque quando a segunda leva veio, estava horrível. Não sei o que eles fazem na Alemanha, experimentei a mesma coisa na Oktoberfest ano passado em Brasília, mas a carne que eles dizem “tipicamente alemã” parece estar sempre sangrando, meio nojento. E ainda é apimentada! Um terror...
 Essa semana o Karl e o Bruno compraram um dispositivo USB de uma empresa aqui que provê um mês inteiro de internet por 20 euros. Não achei que valia a pena, por isso não comprei um pra mim. No começo eles simplesmente não conseguiam conectar, e depois de uns 4 dias tentando eles voltaram à loja e depois voltaram ao Hostel todo felizes, porque o problema fora resolvido. Então quando voltamos pra casa estávamos todos tão exaustos que ninguém queria sair. O Bruno foi dormir, então peguei a internet dele e fui falar com o pessoal em casa, foi uma alegria. Mamãe carente, Matheus com piadinhas sem-graça, Clarinha com saudades, Samuelzinho a coisa mais gostosa do mundo e Fernandinha linda como sempre. Pena que a Mayla serelepe tá viajando pra São Paulo arranjando coisas do casamento com a sogra e papai não tava em casa. Mas ainda assim, bom demais falar com quem deu.
Depois peguei altos filmes com o Bruno do computador dele, assisti um e fui dormir. Com o pé doendo. Tinha que ressaltar. 

Um comentário:

  1. Eh.. Tu tá se tornando a imagem típica de um alemão: SÉRIO.
    Poxa, piadas sem-graça fazem parte das saudades! =/

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