14 agosto 2010

Lindt

                Hoje eu só levantei por causa do café da manhã, que deixa de ser servido às 9 horas. Depois de comer ainda voltei pra cama, mas é claro que como sempre, não consegui dormir, então fui dar uma arrumada nas minhas coisas e me preparar pra sair.
                Estava quase pronto e todos resolveram ir comigo, então demorei mais um pouco, mas é bom ter companhia. A idéia do dia era não planejar nada, só fazer o que desse na telha. Só uma coisa era certa, que depois do almoço iríamos à loja da Lindt.
                Andamos, entramos em lojas, fomos à universidade para entrar um pouco na internet de graça, e fomos comer. Nada demais, estamos todos cansados pra ficarmos conversando muito, e depois do almoço fomos à Rathaus.
                A tradução para Rathaus é Casa do Prefeito, ou seja, prefeitura. É um lugar bonito até, cheio de história, e aqui na Europa quando se vai entrar nesses lugares, você recebe um aparelhinho eletrônico que lê em que parte do lugar você está, e vai contando a história de algum quadro que você está vendo, ou do cômodo onde você está, coisas assim. Bem bonita a prefeitura. =)
                Depois seguimos para a loja, em si. Meio afastada da cidade, caminhamos por meia hora, e enquanto isso a Yesenia, nossa amiga colombiana que adora andar e já conhece todos os cantos de Aachen, ia nos explicando o que é de fato essa loja. A Lindt tem uma fábrica aqui na cidade, e essa loja simplesmente vende os produtos da Lindt que foram embalados errados, esse tipo de coisa, a preço de banana. Eu imaginava que seria uma lojinha de uns 20m² no máximo, mas cara... parecia um Carrefour, só da Lindt! O sonho da Mayla! Tudo a menos de um terço do preço, e esse foi o meu quarto arrependimento de ter ido à fábrica de chocolate no dia anterior e ter comprado um ou outro chocolate lá. Comprei umas 3 vezes mais chocolate pagando menos da metade do preço que eu tinha pagado no ontem! Ó vida...
                Depois voltei pra universidade pra entrar na internet, mas estava tudo falhando, então voltei pro Hostel. Depois de hoje, tenho que caminhar mais, senão vou voltar pro Brasil uma bolinha!

Köln

O dia de visita a Köln começou da mesma maneira: acorda cedo (o horário de sempre), vai pra estação de trem, encontra o pessoal da universidade, recebe a sacolinha com o almoço e a passagem de trem e embarca.
A viagem foi mais longa e sem paradas, ou seja, melhor pra se dormir, mas fora isso, nada demais. Mas a chegada... foi sensacional! Quem foi à última JMJ sabe do que eu estou falando. Mas vou explicar pra quem não foi.
Köln tem a terceira maior catedral do mundo, a segunda maior da Europa. Logo, vê-se a catedral de longe, ainda no trem. Mas isso não significa que você perca um pouco da surpresa quando você chega perto dela, o que não demora a acontecer, pois está a poucos metros da estação de trem. Mede 157 metros de altura, e no chão, ao nosso lado, uma réplica idêntica à figura que está no topo do domo. Tem quase dez metros de altura, e lá em cima parece ter meio metro. E por dentro... UAU! Tudo é muito lindo, muito decorado, enorme, cheio de detalhes, tudo fruto de 600 anos de construção. Subimos em uma das duas torres, por 851 escadas iguais às da catedral de Maastricht (um terror), e lá de cima também... indescritível! É um passeio que vale a pena! =)
Depois da catedral conhecemos um bar chamado Früh, especializado em um tipo especifico de cerveja, que foi construído no século 12, onde podíamos experimentar um copo da especialidade deles. Eu não tomei, mas os outros disseram que não tem nenhum gosto especial, nada muito diferente das outras cervejas. Coisa de alemão, vai saber.
Depois o grupão foi dividido em dois outros grupos: os que queriam visitar o museu do sacro império romano germânico e o que queria visitar o museu do chocolate. Poderíamos ir aos dois, mas a universidade só bancaria um, então fui ao museu do chocolate. Veja bem, eu gosto de chocolate, gosto mesmo, mas me arrependi. Primeiro, que a subida ao topo do domo exauriu com minhas pernas. Segundo, que comer chocolate que é bom, só pagando. E terceiro, que o museu em si é bem sem-gracinha. Sério! O mais interessante é a máquina de produção de chocolate, mas isso se você quiser ver, é só pesquisar no Youtube ou no Google que você acha. E a quarta razão para eu ter achado sem-graça vocês vão entender no próximo post.
Então depois da visita à fábrica estávamos livres para fazermos o que quisermos, inclusive voltar à Aachen, e depois de passar numa lojinha de souvenirs onde eu consegui conversar com o velhinho em alemão (uhuuul \o/ ) voltamos pra casa.
Descansamos e a noite fomos novamente ao bar da Zaha, que fica ao lado do restaurante de comida libanesa. =) 

Countries and their Cultures

                Às seis horas nos encontramos na porta da universidade com uma moça do departamento de relações internacionais, que cuida do nosso curso, que nos levou para o GästeHaus, onde teríamos nossa atividade da noite. Fica um pouco afastado do centro, caminhamos um pouco, mas conversando tudo passa mais rápido.
                Antes de vir à Alemanha, eles nos mandaram um e-mail perguntando se havia algum jogo típico do seu país que poderíamos fazer nessa noite, para interagir, e aquela história toda de conhecer outras culturas. Sim, eu conheço várias brincadeiras, mas nenhuma que seja característica do Brasil, por isso não mandei nada. Acho que só a Adinda, a nossa amiga indonesiana, mandou alguma coisa, por isso eles inventaram altas brincadeiras por conta própria.
                Também foi o dia da chegada dos japoneses. Dezesseis japoneses fazendo um curso exclusivo a eles, e nós fomos apresentados. Cara, para ser muito sincero, eles são muito feios. Todos! Um parece que usa peruca, outro tem os dentes totalmente pra fora, outros dois são gays, e por aí vai. Um desastre.
                Então nós fomos brincar. As brincadeiras foram bem divertidas, pra falar a verdade, mas são todas muito complicadas pra se ficar explicando aqui, então deixa pra lá! Mas o melhor mesmo foi no final, na brincadeira da Adinda. Ela mostrou um vídeo com uma brincadeira típica indonesiana, e depois todo mundo tinha que fazer igual. Claro que eu fiquei de fora, filmando tudo, por que eu adoro dançar, e me diverti bem mais que o resto que ficou dançando.

11 agosto 2010

Carolus-Thermen

                O dia começou meio melancólico, meio que como se estivéssemos indo a um julgamento sem escapatória. A verdade é que o medo da prova era enorme e não sabíamos o que fazer. Estudamos até tarde da noite, mas nada comparado ao que alcançaríamos com um mês de estudos.
                Chegamos á aula as nove, e a prova seria só às 10, e durante esse período estava previsto mais uma série de exercícios. Mas o professor não levou nada, ficou esperando que fizéssemos perguntas, e eu fique lendo e relendo os exercícios que havíamos feito antes.
                Essa foi minha salvação, porque como não faria estudar mais meia hora, começamos a prova 9 e meia, teríamos meia hora a mais de prova. Como eu disse, ainda bem que fiquei relendo aqueles exercícios feitos, pois a prova inteira era os mesmo exercícios com uma coisinha ou outra diferente, e acredito que eu tenha ido muito bem. Tudo dentro dos padrões da engenharia, claro.
                Depois da prova continuamos tendo aula, sem dó nem descanso, almoçamos e lá foi paulera de novo, aula, exercício, aula, exercício, até as seis da tarde. Mas foi bem melhor, o conteúdo é muito mais interessante.
                Bem, após uma prova, e com uma noite livre, fomos a uma das famosas casas de banho de Aachen, a Carolus-Thermen. É um pouquinho afastado da cidade, mas nada que o magnífico sistema de ônibus da cidade não resolva. Chegamos todos muito apreensivos, esperando um lugar excepcional, mas confesso que nem era lá muita coisa. Uns 1000m² com 8 diferentes piscinas a diferentes temperaturas, umas com hidromassagem, outras sem, mas nada de muito excepcional. Eles fazem uns jogos com as luzes que o lugar fica muito bonito, mas não se pode tirar fotos lá dentro, então não pude mostrar nada pra vocês. “/ Há ainda um segundo andar com sauna, onde só se pode entrar nu. Pagar o dobro do preço pra ver montes de velhos pelados? Nãão, obrigado. E eles ainda têm uma promoção bem bacana, onde no verão, em julho e agosto, eles dão 1% de desconto pra cada grau na temperatura máxima alcançada no dia. Então ainda tive 23% de desconto!
                Na volta passamos pra comer aquela maravilhosa comida libanesa, e com certeza é disso que eu vou sentir mais saudades. Sério, chama Tawook, e não me lembro se já falei dele aqui, mas vou falar. É um enrolado, maior que o sanduíche do Subway, com fatias de frango, legumes e um molho espetacular. Segundo o Karl, “ít’s soo good that you can even speak while eating it”.
                Lavar a roupa mais uma vez e ir dormir tarde, pra amanhã acordar morrendo de sono porque tem aula! =)
                Saudades de vocês, galera! =)

10 agosto 2010

Por toda a cidade

                Hoje depois do almoço tivemos um “City Ralley”, e na verdade foi um caça ao tesouro pela cidade, o maior barato.
                Recebemos as instruções num ponto central da cidade e o objetivo era ir até os lugares indicados e recolher informações especificas sobre aquele lugar, como alguma curiosidade sobre uma estátua, ou descobrir quem foi o cara que construiu tal prédio, essas coisas. Não era uma corrida contra o tempo e sim um questionário, e quem respondesse às perguntas mais corretamente ganharia um prêmio.
                Formamos um grupo de seis pessoas, e não ganhamos por uma resposta errada. O prêmio era uma camiseta, então nem fiquei tão triste de ter perdido! =)
                Acabou razoavelmente cedo, e foi ótimo, porque pude passar no Subway, comprar meu lanche para mais tarde e chegar no Hostel bem cedo para dar tempo de estudar tudo. Delicinha.
                Não sei se tá dando pra perceber, mas to PREOCUPADO com essa prova amanhã.

Automotive & Mobilities Studies

                Vou entrar em mais detalhes sobre o curso que estou fazendo aqui.
                “Automotive & Mobilitie Studies” (A&M) é um curso de verão (só que falta o verão, pois só chove aqui) pra qualquer estudante de engenharia que não seja alemão. O curso é dividido em 3 semanas e duas partes, onde a primeira parte se chama VKA (Verbrennings Kraftmaschinen Aachen – o significado tem alguma coisa a ver com maquinas de combustão­) e fala sobre métodos alternativos de combustão, e a segunda parte IKA (não sei ainda o que a sigla significa), e acreditamos que se trate da parte mais material da mecânica automotiva.
                Logo nos primeiros dias de aula o professor falou que os alunos que cursam a universidade regularmente fazem a mesma matéria que nós, mas durante os 3 meses que duram o semestre aqui. Então o conteúdo que eles têm em um mês nós temos em um dia, uma vez que temos um dia de aula seguido de um dia de exercícios, por três vezes para a cada parte do curso.
                Amanhã tenho prova, e hoje estudei igual um condenado. Seria bem tranqüilo se tivesse um mês pra estudar tudo que tenho estudado, mas em pouquíssimos dias as coisas complicam bastante. E pra ajudar, hoje eu descobri que essas matérias específicas que estamos fazendo, são matérias de mestrado! Isso mesmo! Não basta ser uma matéria nova pra mim, eles supõem que eu tenho como base tudo que eu ainda não aprendi no meu curso. Não estou criticando o curso de maneira nenhuma, estou só tentando passar uma idéia de como a matéria tá difícil! Mas o gostoso mesmo é que eu to aprendendo bastante! =) Mas que parece meio incoerente eles não pedirem um certificado de graduação, pelo menos, parece...

Não é bem uma errata...

                Galera, quando se lê o post “Maastricht”, pode-se ter a impressão, no fim do texto, que eu digo que fumar maconha é normal. Espero que todos vocês sabem que NÃO é esse meu ponto de vista. Me expressei de forma a mostrar a mentalidade das pessoas aqui, e não para dizer que eu não vejo problema, nem nada do tipo.
                A cultura daqui, sim, diz que não se deve se escandalizar quando se vê várias meninas de 13, 14 anos fumando em cada esquina, o que é se vê de fato, além de outras coisas sem comentários...
Portanto, quando lerem aquele parágrafo, lembrem-se do Murilo de sempre, que diz NÃO a drogas, e todas essas coisas do bem...
(e todas essas coisas do bem, e não “a todas essas coisas do bem”)

09 agosto 2010

09.08

                De volta às aulas às nove horas da manhã. Acordar cedo e uma sessão de 4 horas de conteúdo extenso e difícil de gravar. Temos um cara novo, da Síria, que não veio antes porque estava tendo dificuldades com o passaporte.
                Almocei, fiquei na internet até as quatro, quando tive mais uma aula de alemão. Depois fui a duas lojas procurar o Ipad, mas em todos os lugares esgotou. Uma pena.
À noite? Estudar, claro. Quarta tem prova.

Sim, comparado à extensão de coisas do fim de semana, o dia foi totalmente sem graça. E foi mesmo, canseira igualzinho.
Amanhã atualizo os últimos posts com as fotos, ok? Realmente preciso estudar.

Resumo 2

                A primeira semana de aula foi surpreendente, de várias maneiras.

                As aulas são realmente boas, apesar de não ser exatamente como eu esperava. O professor mesmo admite que o curso é muito compacto, e que a prova vai ser bem mais fácil que o normal, do contrário não conseguiremos o certificado de conclusão. Os exercícios não são coisas simples, e essa prova vai ser uma coisa interessante.
                As aulas de alemão são um caso a parte. A professora me chama de assistente e eu que sempre to escrevendo no quadro, respondendo pela turma, essas coisas, porque meu alemão é mais avançado que o do restante da galera. Não mato aula pra ficar descansado e dormindo porque apesar de não aprender nada de novo eu posso praticar alemão conversando com ela, e ela é muito simpática.
                O curso em si tem poucos alunos, são uns 25, no total, 9 na minha turma de A&M. Tem o grupo de chineses e o resto da galera é muito legal, se não contar com esses dois caras. Um dele é um indiano inconveniente que fica interrompendo enquanto você está falando pra falar alguma coisa nada a ver, e nunca toma banho. O cara fede a suor 24 horas por dia, e essa semana ele usou a mesma camisa azul e branca todos os dias. O outro é um egípcio que parece ter idade mental de 13 anos. Ainda bem que ele está fazendo o outro curso, porque dizem que ele incomoda a turma o tempo todo, e em Maastricht ele até conseguiu arrumar confusão com o Bruno. Mas o resto da galera é muito legal, e ainda bem que todos estão bem unidos aqui, as amizades estão boas!
                Aachen tem se mostrado cada vez mais uma cidade muito gostosa, perfeita pra se viver. Pra turismo seria uma porcaria, em um dia se vê tudo de interessante aqui, mas para se ir e vir todo dia, o sistema de ônibus é impecável, a organização das ruas é 10, andando a pé se vê coisas bonitas 100% do tempo, as lojas são boas, e tem mais um monte de outras qualidades que eu não to lembrando agora. Claro que se tem seus defeitos, como qualquer outro lugar, mas eles ficam muito bem camuflados com a qualidade das coisas na Alemanha.
                As viagens também foram ótimas, e essa história de andar por 10 minutos e estar em outro país onde tudo já é completamente diferente é ótima, ver tamanha diversidade de paisagens é único.

                Claro que também há a saudade de casa, mas a melhor maneira de lidar com isso é não pensar nisso. Ainda não sei se eu conseguiria passar mais tempo aqui do quanto o que eu vou passar. Tenho acordado todo dia depois de ter sonhado com minha família, minha namorada, minha casa, e isso torna as manhãs piores, mas nada que um pouquinho de oração não resolva. Por isso que eu insisto, continuem rezando por mim! =)

Bruxelas

                No domingo os ônibus só começam a rodar depois das sete, e nosso trem saia às 6:30. Logo, nos preparamos para acordar as cinco ir andando até a estação de trem, e assim o fizemos. Estava tudo programado para irmos a Bruxelas: eu, Karl, Ketan e os oito chineses. Não tinha o que dar errado.
                 Mas não contávamos com a chuva. Acordamos na hora, e às cinco e meia estávamos caminhando debaixo da chuva. A mente pensando no show do Rosa de Saron, e o corpo tentando não congelar de frio. E como aquele guarda-chuvas está sendo útil! Era cinco e meia da manhã, estava frio, chovendo, tínhamos oito chineses na nossa cola e deveríamos estar na estação antes das seis e meia da manhã. Andamos mega rápido, mas chegamos a tempo de ainda tomar café da manhã na estação, antes de entrar no ônibus.
                Eu quase tinha me esquecido de como viajar de trem é silencioso e suave, depois de tanto andar de ônibus aqui em Aachen. Trocamos de trem em Lyège, e o povo ficou impressionado com como aquela estação é bonita. Esperamos meia hora e pegamos o outro trem, para Brüssels.
                A primeira impressão que eu tive da cidade foi terrível. Feia e suja, basicamente. Saímos da estação e havia vários mendigos, coisa que não se vê em lugar nenhum na Alemanha. E todos eles têm cachorros coisa que os chineses ficaram impressionados. Tiraram foto e tudo, pois não se vê “comida” solta assim na rua em qualquer lugar do mundo, certo?
                Graças ao Dieguito eu tinha o panfleto da companhia de ônibus de “Sightseeing”, e foi só sair da estação que vimos o ônibus. Graças aos chineses, estávamos em um número grande e o cara fez um desconto pra gente! E aí eu mudei minha impressão sobre Bruxelas.
                É uma cidade muito bonita, e os prédios são impressionantes. Todos parecem ter muitos anos de história, e no ônibus ganhamos fones de ouvido onde podíamos ouvir a história de cada ponto importante. Pena que no começo do passeio a bateria da minha câmera acabou, e eu tive que pedir ao Karl para usar a dele e pegar as fotos depois.
                Chegamos ao Atomium, o motivo de eu querer ir para Bruxelas. Não é o que eu esperava, é muito mais. Nove esferas de aço com 18 metros de diâmetro cada, ligadas por tubos enormes, na forma de uma molécula de ferro e apoiada e uma única esfera, com uma altura total de 102 metros. Foi construído para a feira mundial de Ciência de 1958 por um engenheiro civil de não ser aonde, que queria provar ao mundo que o país dele tinha capacidade suficiente de construir tal coisa.
                Por fora é uma coisa realmente impressionante, mas o preço que se paga para entrar nem vale tanto. Sim, o elevador que te leva ao topo é legal, as escadas rolantes dentro dos tubos que simulam as ligações da moléculas são muito fera, mas as exposições em si que ficam dentro do Atomium só contam curiosidades nem tão interessantes, eu pensava que fosse ter coisas novas e inovações tecnológicas interessantes lá dentro. A vista é espetacular, e essa é a melhor parte.
                A mini-europa sim, valeu cada centavo pago. Com uma miniatura em escalada de 1/25 de cada construção importante da Europa e um livrinho contando os fatos mais importantes de cada maquete, demorou umas 2 horas até andar por todo o lugar. Alguns lugares você até interage com a maquete, apostando corrida de bicicleta pedalando com os braços ou correndo do guarda em Londres pisando no chão.
                Pegamos o ônibus de volta e havia tantos prédios bonitos, e eu tava tão cansado, e eu confesso que cochilei por 5 minutos. Acordei na frente da sede da União Européia, que é um prédio ENORME, com muitos e muitos andares e salas de um lado para o outro. Um prédio com três lados, na verdade. Difícil de explicar, por isso procurem no Google! ;) Não estava prestando muito atenção no que a narração tava dizendo, e o Karl me diz: “Acabamos de cruzar a fronteira de Luxemburgo”. Claro que eu acreditei, afinal de contas eu não estava cansado, com sono, não estava prestando atenção e aqui parece que se você peidar, um cara no outro país vai sentir. Se você procurar no mapa, vai ver que a distância de Bruxelas à Luxemburgo é maior que a distância à Aachen, e eu acreditei que realmente estive em outro país por um dia inteirinho.
                Na volta trocamos de trem em Lyège mais uma vez, e no trem para Aachen, enquanto conversava com o Karl, nos vem uma francesa (ou belga, todos eles falam francês igual) perguntando se éramos americanos, já que estávamos falando inglês. O Karl disse que era da África do Sul, e pasmem: ela não sabia aonde era. Conversa foi, ela falou que era casada e o Karl falou que eu era brasileiro. Pronto. Aí ela começou a falar que era uma pena que ela era casada, porque ela a-do-ra os brasileiros. Uma amiga dela virou pra trás, me mostrou um pirulito e perguntar se eu queria comprar, eu disse que não. Então ela virou de novo, me mostrou uma camisinha e me perguntou se eu queria comprar! Se ela tava vendendo, ou sugerindo alguma coisa eu não sei, mas a amiga dela voltou e sentou no banco. Voltou mais umas duas vezes, falou mais umas porcarias e desceu numa estação no meio do caminho. Foi muito engraçado e rimos disso até muito tempo depois, mas nada de mais interessante aconteceu.
                Chegamos à estação e pegamos o ônibus de volta ao Hostel, pensando no que comer. A Buddy do Karl trabalha num bar no centro da cidade, e trabalha no período da noite por todos os dias da semana, e fica pesarosa por não poder participar das atividades que ela teria que participar, de forma que o convidou para lanchar lá diversas vezes. Meu colega de quarto foi bem brother quando foi comigo ao jantar da Sabrina, de forma que eu não tinha como dizer não quando ele falou pra eu ir com ele. A fome também batia forte, então chegamos ao Hostel, tomamos banho, falamos com nossas famílias e lá fomos nós voltar pra cidade mortos de sono e cansaço, juntos com o Bruno.
                O bar que a Zaha trabalha parece que envelheceu junto com a cidade. Tem um a de antiguidade, mas não dessas antiguidades forçadas que se vê, quando o cara monta o bar e quer que ele tenha esse visual, e do dia pra noite ele está falsamente velho. Achamos que o bar foi mudando de visual junto com a cidade, porque é muito bem construído e tem enfeites de todas as épocas. Pedimos uma cerveja, e essa foi especialmente pro Henricão Gondin, que falou pra eu tomar uma por ele. =) Meio litro de cerveja tipicamente americana, forte pra c..., e comida libanesa. O bar que estávamos não servem comida, só bebidas, e eles tem um acordo com o restaurante do lado, de forma que nos dois pontos vendem-se dos dois cardápios. Não sei se era fome, mas aquele enroladinho de frango e legumes tava muito gostoso! Não é simplesmente um mistureba de legumes, eles sabem quais legumes colocar de forma a ficar muito bom! Aquele meio litro de cerveja ainda conseguiu me deixar meio tonto, então a volta pra casa foi só gargalhada e falando besteira.
                Cheguei e dormi sem fazer mais nada. Estava exausto. 

Maastricht

Sábado, e lá vamos nós acordar naquele horário que ninguém merece mais uma vez. Pegar o ônibus e chegar à estação de trem às 08:45, pois o ônibus saia às 9hrs. Dormir, que é bom, tem sido muito pouco.
No caminho para o ponto de encontro que vimos um episódio engraçado e curioso. Um cara, desesperado, do outro lado da rua, tentando entrar numa loja a todo o custo, e bem rápido. Parecia que ele estava fugindo de alguém e depois se escondeu atrás de uma moita. Mas o curioso é que não tinha ninguém procurando por ele. Simplesmente, ninguém! Andamos um bocado até chegarmos ao ponto de encontro, e não vimos ninguém que parecia interessado naquele cara. Talvez ele estivesse brincando de pique-esconde com seus amigos imaginários.
A viagem no ônibus em si aconteceu sem nada de especial, mas na estação de Maastricht várias coisas já chamavam a atenção. Bem na porta da estação, bem umas mil bicicletas estacionadas, em fileiras, arrumadinhas, como se fosse um estacionamento de shopping. Fantástico!
Andando em direção à cidade, passando por cima da ponte, olho pra lado, e um cara sendo preso! É, assim, 10hrs da manhã, a plena luz do dia! Achamos que ele estava vendendo drogas ilegalmente, e foi um prato cheio pra todo mundo reforçar o “não comprem/usem drogas, de jeito nenhum”, como se no dia anterior não tivessem falado o suficiente.
Depois de andar pelas ruas da cidade, cheia de lojas caras e chiques, chegamos à praça central, sempre ao lado da Igreja matriz. Até me lembra um lugar, acho que se chama Minas Gerais, onde todas as cidades são assim. Enfim, ouvimos um pouco sobre a história da cidade, e fomos conhecer alguns lugares famosos, antes de nos separarmos em grupos e ficarmos por conta própria. Fomos a uma loja de livros dentro de uma igreja, onde se vendem Playboys. Quem diria...
Já separados do grupão, fomos dar uma volta, e depois de andar um pouco retornamos à igreja matriz, que tem uma torre anexada ao salão central, e onde se tem uma vista fantástica da cidade. Claro que tivemos que pagar para subir, e as escadas eram simplesmente íngremes de mais e estreitas demais. Pareciam infinitas! Tinham cerca de 1,2m de largura, e quando alguém que subia se encontrava com alguém que descia, era um problema sério. Mas a vista lá de cima valia à pena, a cidade é muito bonita também, e o caminho de volta foi tão complicado com a ida. Uma vez, na descida, cruzamos com uma família com um filho pequeno, e pra ajudar pegamos o moleque e ele foi subindo de mão em mão. Ele se divertiu a beça! =)
Andamos mais um pouco, vimos as coisas mais interessantes da cidade, almoçamos, e o Bruno queria comprar um souvenir, alguma coisinha pra trazer de lembrança de lá pro Brasil. Então entramos numa loja, do lado do McDonald’s, e praticamente tudo que eles vendiam era apelativo pro sexo. Desde cuecas mastigáveis até óleos para massagear o saco (eu tirei foto), tudo era voltado pro sexo! Assim não se surpreende porque fumar maconha aqui é legal!
Nos encontramos com o resto dos alunos às 14hrs e o combinado era ir a um parque próximo dali, e ficar por lá, descansando. Chegamos ao parque e o Waleed logo viu uns garotos com bola de futebol, e correu pra ir lá enturmar e pedir pra jogarmos contra eles. Coisas da vida, eu, vestindo minha camisa do Flamengo, não poderia recusar, certo? Ainda mais brasileiro! E vejam bem, eles eram holandeses! Joguei com vontade, e foi uma tarde muito boa. Fiquei todo suado, queimei todas as calorias que ganhei com o BigTasty que eu comi no almoço e ainda dei uma coça nos holandeses! Me diverti!
A volta pra casa não teve nada de mais também, chegamos em Aachen, fomos ao mercado, preparamos a viagem pra Bruxelas e antes de dormir consegui falar pelo Skype usando o microfone. Sensação maravilhosa, ouvir a voz das pessoas aí em casa. A saudade tá que aperta, cada vez mais...
Não, não consegui dormir cedo, graças ao Skype, mas valeu a pena! ;)

Sexta feira de Bar Crawling

                Que sono fenomenal! E que atividade chata, credo!
                A sexta feira começou no mesmo horário de todas as outras, apesar de não termos aula normal. Era uma atividade intitulada “Workshop: International Communication”, onde os alunos de todos os cursos foram divididos em dois grupos, um pela manhã e outro pela tarde. Fiquei na turma da manhã, e pra ser bem sincero, nem me lembro direito do que aconteceu, tamanho sono eu estava. Sei que a professora, se bem que nem sei se ela era mesmo professora ou só palestrante, falou muito sobre a cultura alemã e como os alemães são. Mas isso dá pra ver em qualquer alemão aqui. Eles são calados, na deles, e só falam o necessário. São muito competentes e pontuais também. Pronto, tai o que eu lembro! Hehehe...
                Fomos almoçar no nosso RUzão, o MENSA, e eu jurava que ia dormir a tarde inteira. Mas ainda bem que não dormi, porque visitei um lugar muuuito legal.
                Pegamos o ônibus em direção a Vaals, uma cidadezinha do lado holandês da fronteira, muito bonitinha. Conversamos com um floricultor e ele nos indicou como chegar onde queríamos, e depois de meia hora pegamos o ônibus “Dreilandenpunt”. A tradução para Dreilandenpunt é “ponto dos três paíeses”, e esse lugar é a tríplice fronteira entre a Alemanha, Bélgica e Holanda. O ônibus leva a tipo um parque, que tem um labirinto de sebes, igual ao que a gente vê nos filmes, a exata divisa dos três países e uma torre enorme, que pra subir você paga 1,50 euro e sobe ou de elevador, ou de escada. A escada é de grade, e ao olhar pra baixo da um sustinho fera, mas nada demais... Bem, nem preciso dizer que a vista lá de cima é magnífica, né? Pra cada lado que se olha se vê um país diferente com construções diferentes, e no lado holandês se tinha várias usinas eólicas, muito fera. Ficamos lá por um tempo e voltamos pra casa, porque ainda tinha um evento com os Buddys a noite.
                Achávamos que daria tempo de chegar ao Hostel e dormir um pouco antes de ir ao encontro, mas o trajeto de volta foi bem mais demorado que o esperado. Chegamos ao Hostel em cima da hora, tomamos banho e lá fomos nós outra vez, caindo de sono.
                Chegamos ao bar “Labirynth” e estavam todos lá, e foi uma noite bem legal. Todos estavam conversando, rindo, e tínhamos dois drinques grátis, por conta da faculdade. O plano era voltar pro Hostel o mais cedo o possível, mas o povo tava muito animado. Tomamos os dois drinques, e o Toby, um dos organizadores do curso, sugeriu que fizéssemos um “Pub Crawl” (Crawl, em inglês, é rastejar, então essa expressão sugere uma ida de bar em bar), pra conhecer os Pubs mais famosos de Aachen. Eu já estava caindo de sono a essa hora, mas... não vim pra cá pra dormir! =) Fomos a outro bar, e já estava tarde e frio, e imagine que massa: o bar oferece uns cobertores para os clientes! =) Tomamos uma cerveja colorida, que é misturada com outra bebida, e era muito forte. Conversando, lembramos que o Hostel tinha hora pra fechar, então (finalmente) fomos pra casa, e claro, capotei.
                Mas o mais interessante da noite foram as conversas. No dia seguinte iríamos à Maastricht, na Holanda, e todos sabem que na Holanda há as banquinhas onde se é permitido fumar maconha. Conversando com os Buddys, descobrimos que muitos dos alunos de Aachen fumam maconha. Vão à Holanda, compram sua droga, e voltam pra Aachen para fumar nas festas. Claro que não são todos que usam, muitos Buddys insistiram bastante que não usássemos, mas outros diziam que não havia problema. É tudo uma questão cultural. Como não é ilegal do mesmo jeito que no Brasil e há uma tolerância enorme, não existe preconceito. Usa quem quer, sem medo. Quem não quer não usa, e não acha um absurdo outros fumarem. E todos convivem bem. Engraçado, hã?