09 agosto 2010

Bruxelas

                No domingo os ônibus só começam a rodar depois das sete, e nosso trem saia às 6:30. Logo, nos preparamos para acordar as cinco ir andando até a estação de trem, e assim o fizemos. Estava tudo programado para irmos a Bruxelas: eu, Karl, Ketan e os oito chineses. Não tinha o que dar errado.
                 Mas não contávamos com a chuva. Acordamos na hora, e às cinco e meia estávamos caminhando debaixo da chuva. A mente pensando no show do Rosa de Saron, e o corpo tentando não congelar de frio. E como aquele guarda-chuvas está sendo útil! Era cinco e meia da manhã, estava frio, chovendo, tínhamos oito chineses na nossa cola e deveríamos estar na estação antes das seis e meia da manhã. Andamos mega rápido, mas chegamos a tempo de ainda tomar café da manhã na estação, antes de entrar no ônibus.
                Eu quase tinha me esquecido de como viajar de trem é silencioso e suave, depois de tanto andar de ônibus aqui em Aachen. Trocamos de trem em Lyège, e o povo ficou impressionado com como aquela estação é bonita. Esperamos meia hora e pegamos o outro trem, para Brüssels.
                A primeira impressão que eu tive da cidade foi terrível. Feia e suja, basicamente. Saímos da estação e havia vários mendigos, coisa que não se vê em lugar nenhum na Alemanha. E todos eles têm cachorros coisa que os chineses ficaram impressionados. Tiraram foto e tudo, pois não se vê “comida” solta assim na rua em qualquer lugar do mundo, certo?
                Graças ao Dieguito eu tinha o panfleto da companhia de ônibus de “Sightseeing”, e foi só sair da estação que vimos o ônibus. Graças aos chineses, estávamos em um número grande e o cara fez um desconto pra gente! E aí eu mudei minha impressão sobre Bruxelas.
                É uma cidade muito bonita, e os prédios são impressionantes. Todos parecem ter muitos anos de história, e no ônibus ganhamos fones de ouvido onde podíamos ouvir a história de cada ponto importante. Pena que no começo do passeio a bateria da minha câmera acabou, e eu tive que pedir ao Karl para usar a dele e pegar as fotos depois.
                Chegamos ao Atomium, o motivo de eu querer ir para Bruxelas. Não é o que eu esperava, é muito mais. Nove esferas de aço com 18 metros de diâmetro cada, ligadas por tubos enormes, na forma de uma molécula de ferro e apoiada e uma única esfera, com uma altura total de 102 metros. Foi construído para a feira mundial de Ciência de 1958 por um engenheiro civil de não ser aonde, que queria provar ao mundo que o país dele tinha capacidade suficiente de construir tal coisa.
                Por fora é uma coisa realmente impressionante, mas o preço que se paga para entrar nem vale tanto. Sim, o elevador que te leva ao topo é legal, as escadas rolantes dentro dos tubos que simulam as ligações da moléculas são muito fera, mas as exposições em si que ficam dentro do Atomium só contam curiosidades nem tão interessantes, eu pensava que fosse ter coisas novas e inovações tecnológicas interessantes lá dentro. A vista é espetacular, e essa é a melhor parte.
                A mini-europa sim, valeu cada centavo pago. Com uma miniatura em escalada de 1/25 de cada construção importante da Europa e um livrinho contando os fatos mais importantes de cada maquete, demorou umas 2 horas até andar por todo o lugar. Alguns lugares você até interage com a maquete, apostando corrida de bicicleta pedalando com os braços ou correndo do guarda em Londres pisando no chão.
                Pegamos o ônibus de volta e havia tantos prédios bonitos, e eu tava tão cansado, e eu confesso que cochilei por 5 minutos. Acordei na frente da sede da União Européia, que é um prédio ENORME, com muitos e muitos andares e salas de um lado para o outro. Um prédio com três lados, na verdade. Difícil de explicar, por isso procurem no Google! ;) Não estava prestando muito atenção no que a narração tava dizendo, e o Karl me diz: “Acabamos de cruzar a fronteira de Luxemburgo”. Claro que eu acreditei, afinal de contas eu não estava cansado, com sono, não estava prestando atenção e aqui parece que se você peidar, um cara no outro país vai sentir. Se você procurar no mapa, vai ver que a distância de Bruxelas à Luxemburgo é maior que a distância à Aachen, e eu acreditei que realmente estive em outro país por um dia inteirinho.
                Na volta trocamos de trem em Lyège mais uma vez, e no trem para Aachen, enquanto conversava com o Karl, nos vem uma francesa (ou belga, todos eles falam francês igual) perguntando se éramos americanos, já que estávamos falando inglês. O Karl disse que era da África do Sul, e pasmem: ela não sabia aonde era. Conversa foi, ela falou que era casada e o Karl falou que eu era brasileiro. Pronto. Aí ela começou a falar que era uma pena que ela era casada, porque ela a-do-ra os brasileiros. Uma amiga dela virou pra trás, me mostrou um pirulito e perguntar se eu queria comprar, eu disse que não. Então ela virou de novo, me mostrou uma camisinha e me perguntou se eu queria comprar! Se ela tava vendendo, ou sugerindo alguma coisa eu não sei, mas a amiga dela voltou e sentou no banco. Voltou mais umas duas vezes, falou mais umas porcarias e desceu numa estação no meio do caminho. Foi muito engraçado e rimos disso até muito tempo depois, mas nada de mais interessante aconteceu.
                Chegamos à estação e pegamos o ônibus de volta ao Hostel, pensando no que comer. A Buddy do Karl trabalha num bar no centro da cidade, e trabalha no período da noite por todos os dias da semana, e fica pesarosa por não poder participar das atividades que ela teria que participar, de forma que o convidou para lanchar lá diversas vezes. Meu colega de quarto foi bem brother quando foi comigo ao jantar da Sabrina, de forma que eu não tinha como dizer não quando ele falou pra eu ir com ele. A fome também batia forte, então chegamos ao Hostel, tomamos banho, falamos com nossas famílias e lá fomos nós voltar pra cidade mortos de sono e cansaço, juntos com o Bruno.
                O bar que a Zaha trabalha parece que envelheceu junto com a cidade. Tem um a de antiguidade, mas não dessas antiguidades forçadas que se vê, quando o cara monta o bar e quer que ele tenha esse visual, e do dia pra noite ele está falsamente velho. Achamos que o bar foi mudando de visual junto com a cidade, porque é muito bem construído e tem enfeites de todas as épocas. Pedimos uma cerveja, e essa foi especialmente pro Henricão Gondin, que falou pra eu tomar uma por ele. =) Meio litro de cerveja tipicamente americana, forte pra c..., e comida libanesa. O bar que estávamos não servem comida, só bebidas, e eles tem um acordo com o restaurante do lado, de forma que nos dois pontos vendem-se dos dois cardápios. Não sei se era fome, mas aquele enroladinho de frango e legumes tava muito gostoso! Não é simplesmente um mistureba de legumes, eles sabem quais legumes colocar de forma a ficar muito bom! Aquele meio litro de cerveja ainda conseguiu me deixar meio tonto, então a volta pra casa foi só gargalhada e falando besteira.
                Cheguei e dormi sem fazer mais nada. Estava exausto. 

3 comentários:

  1. essas francesas nao sabem que o brasileirao gatao tem dona né?! ¬¬

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  2. Sightseeign foi uma ótima opção pra conhecer Bruxelas mesmo (:
    prático e barato

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