09 setembro 2010

O último post

                O fuso-horário demorou a se acostumar. Sono dez horas da noite, despertar às 7 da manhã, até que eu tava gostando disso! Mas nada que um fim de semana indo dormir de madrugada não resolva.
                Faz dez dias que voltei pra Brasília, e ainda não vi todo mundo que eu queria ver.
               
                Muitos me perguntam como foi a viagem, e minha vontade é ser grosso e responder “lê o blog, porra”. Mas uma das coisas que eu aprendi nessa viagem é que grosserias desnecessárias são desnecessárias mesmo, e o meu lado sociável responde meio que evasivo: “foi bom demais! Não tem como não ter sido, né?” E realmente não tem como... será que as pessoas realmente acham que existia a possibilidade de não ter sido? Então como alguns são espertos, perguntam: “então, o que você mais gostou da viagem?” E quando me perguntam assim, tenho muito gosto em responder.
                A Alemanha. Se fosse pra responder em uma palavra, seria “Alemanha”. Porque aquele país é sensacional. Amo meu país, amo minha cultura, estranho a cultura dos outros. Mas como muitos me sugeriram, fui com a cabeça aberta, e graças a isso tive a oportunidade de enxergar as coisas sob o ponto de vista dos outros e enxergar um pouquinho mais além do que se vê. Quebrei o pré-conceito de que os alemães são pessoas fechadas, sérias e que não brincam. Pelo contrário, são risonhos, simpáticos e adoram uma brincadeira, como a gente, mesmo que em ambiente de trabalho e na relação aluno-professor. Mudei a idéia de que seria um país marcado por uma guerra que aconteceu há 65 anos e que a gente ainda vê resquícios dela por aí. É um país lindo, moderno e ao mesmo tempo antigo, com história que não é apagada para que ninguém se esqueça dos impactos que os atos de poucos podem ter na vida de muitos. E confirmei o gosto que eu tenho pela língua alemã.
                Mas claro, isso foi só o que eu mais gostei na viagem, não significa que seja a única coisa que eu tenha gostado na viagem. Até sinto saudades das amizades que fiz, do clima de diversão que existia entre o grupo, de falar inglês, espanhol e alemão o tempo todo. Quando estava em Aachen, tinha medo do resto da viagem. Nada poderia superar o quanto aquele tempo estava sendo bom. Quando estava em Londres, foi tão bom que não acreditava que em Roma poderia ser melhor. E quando estava em Roma e tive o mesmo pensamento, cheguei à conclusão de que não poderia pensar isso naquele momento, pois era o momento que estava vivendo, e claro que ele pareceria melhor que todo o resto. Hoje, quando vejo de certa forma “de fora”, percebo que todas as três fases da viagem foram ótimas, com suas vantagens e desvantagens, mas que não colocam nenhuma em cima de outra. Cada uma teve suas características, seus pontos fortes e seus momentos que não vou esquecer.
                O curso em si não foi nada do que eu esperava. Esperava uma turma enorme, e não os 9 que se conheciam pelo nome. Esperava uma matéria difícil, e não nada impossível, muito menos matéria de mestrado. No final me saí bem, voltei com o certificado e com o conhecimento de que esse não é minha área favorita na Engenharia Mecânica, de que há outras coisas que me atraem muito mais.
                O que mais valeu na viagem toda, como todos imaginam, é a experiência. Todos imaginam, mas só quem já fez isso sabe o que significa. Ler, ouvir, acompanhar, nada se iguala ao vivenciar. Poderia ficar aqui falando por muito tempo sobre todas as coisas que se aprende, mas não adiantaria de nada. Só posso dizer que se alguém estiver pensando em fazer alguma coisa parecida com o que eu fiz, incentive, da mesma maneira que eu fui incentivado. É uma experiência de vida singular.

                Queria agradecer a todos que acompanharam o blog. Começou como uma idéia para que meus pais soubesses de mim, uma coisa pequena. Quando voltei, pessoas que eu jamais imaginaria me contando que acompanhavam o blog, se divertiam. Fiquei surpreso e feliz, porque me fez me sentir mais querido. Obrigado pelos comentários, pelas mensagens no meu celular, pelos e-mails, pelo carinho, pela recepção no aeroporto, por me acompanharem. Estou sempre dizendo: a solidão durante a viagem foi o mais difícil, mas escrever no blog me levava mais pra perto de casa, e se vocês não estivesses acompanhando, o blog não teria sentido. Então obrigado! =)

                O dia que eu for viajar de novo, quiser contar alguma história legal, “aviagemdomurilo” volta! =)

O vôo pra casa

                Demorei, mas vou contar como foi o finzinho da viagem.
                Acordei em Munique três e meia da manhã. Não dormi direito, acordava todo o tempo durante a noite com medo de perder a hora, e uns caras ainda fizeram barulho no quarto, mas levantei na hora certa. Já tinha deixado tudo arrumado, então foi só juntar tudo e cair na estrada.
                Graças àquela minha precaução, já tinha conferido qual horário do metrô, então não tive nenhum problema. Cheguei ao aeroporto faltando 40 minutos pro embarque, fiz check-in (a sensação de despachar aquelas malas foi maravilhosa) e esperei uns 20 minutos pro embarque.
                Estava com uma sensação de dever cumprido. Tinha planejado tudo, repassado tantas vezes na minha cabeça, que naquela hora, ver tudo certinho, como o planejado, foi gratificante.

                E mais uma vez, minha sorte com vôos. Munique – Lisboa sentado no corredor. Um cara na janelinha e ninguém na poltrona do meio, ou seja: conforto. Lisboa – Brasília, então... tenho que explicar! Era um avião grande, com três fileiras de poltronas, onde as duas perto da janela tinham 2 poltronas, e a fileira do centro, 4. Meu assento era o 18D, e quando percebi que era no meio da fileira do meio me decidi que pediria pra trocar, caso houvesse outro assento vago. O vôo estava meio atrasado o embarque demorou a começar, e quando começou, eu não vi. Quando percebi, havia uma fila quilométrica, mas o que fazer? Entrei na fila e fui embarcar. Procurei meu assento e não havia ninguém ao meu lado ainda. Sentei e esperei. Cada pessoa que se aproximava eu ficava imaginando se se sentaria ao meu lado, mas ninguém sentava, até que pararam de embarcar! Perguntei pra aeromoça se faltava muita gente pra entrar, e ela disse que não, que eu provavelmente ficaria sozinho naquela fileira mesmo. É, eu comecei a gargalhar, não acreditava na minha sorte!
                Mesmo com tanto conforto, o vôo não foi tão bom. Com sono, não conseguia dormir devido ao nervosismo de voltar pra casa, e foram 9 horas vendo filme e jogando joguinhos. E as pessoas perto de mim me olhando com aquela cara de “vou matar esse moleque deitado sozinho nessas quatro poltronas, enquanto eu tenho que sentar do lado desse estranho aqui”.
                Enfim, depois de muita turbulência estava de volta ao Brasil. De volta à secura do planalto central, à desorganização do aeroporto que atrasa na entrega das malas e à má vontade dos agentes alfandegários que não se importavam com a minha vontade de 34 dias de voltar pra casa.

                “Olha lá ele”! Foi a voz do Miguel que eu ouvi primeiro. Adoro meus amigos, e eles adoram me fazer passar uma vergonha. “Me racha a cara de vergonha”, o Vini leu meus pensamentos.
                Meus amigos e amores estavam no aeroporto pra me receber, e eu estava em casa.

30 agosto 2010

Trocando Roma por Munique

                Tinha que fazer check-out do Hostel às onze horas da manhã, mas meu trem só saía às sete da noite. O porta-bagagem da estação de trem era uma porcaria, então eu teria que ficar no Hostel por todo esse tempo, porque se saísse do Hostel, não voltaria, já que as portas se trancam por dentro, e não sairia com as malas porque cada uma deve estar com 20kg.
                Me restou ficar na espelunca, o dia inteiro. Quase fiquei louco. Aquele lugar é muito ruim! Estava sempre sujo, o staff é uma porcaria, é bagunçado, gente demais... Deu pra ter uma idéia, né?
                Fui então pra estação às seis da tarde, depois de jogar todos os joguinhos de internet que consegui achar, e meu trem já estava lá, só esperando.
                Comprei uma passagem com leito, e não poderia ter feito nada melhor. Assim, o quartinho é meio apertado, com seis camas em cada um, três de cada lado, uma em cima da outra. A minha era a de baixo, então coloquei as minhas malas embaixo da cama e comecei a ver um filminho, até que os outros chegassem. E do nada, o trem começou a sair. Eu estava sozinho na cabine!
                Quinze minutos depois aparece uma senhora da equipe pedir minha passagem e meu passaporte, e disse que ia ficar com eles até o fim da viagem (estou orgulhoso do meu alemão funcionando!). Deve ser pra eu não sair antes do meu destino, sei lá.
                Sei que em Bologna, eu já tava dormindo gostoso, aparecem cinco chineses pra ocupar o quarto. Credo, estou ficando traumatizado de chineses. Eles não se incomodam em ficar todos juntos, apertados, de pé, num espaço de 2m², é impressionante! E ainda acomodando as malas nos compartimentos de cima! Imaginei alguém com claustrofobia (cof... Mayla... cof... cof...) saindo batendo em todo mundo, naquele lugarzinho apertado cheio de gente.
                Depois de um tempo dormi de novo, e só acordei com a mesma senhora abrindo a porta e gritando dentro do quarto “50 minutos para chegarmos em Munique”. Um ótimo jeito de se acordar! Se fosse 15, tudo bem, mas 50? Dava pra dormir de novo, duas vezes!
                Não foi o que fiz, mas chegar em Munique foi um conforto, pois já conhecia a cidade, iria ficar no mesmo Hostel da vinda, já sabia como chegar lá e não haveria problemas.
                O problema é que o Check-In só começava às 14 horas e eram 6 e meia. Então o senhor que trabalha a noite, muito educado, me indicou o quarto do depósito de bagagens, onde eu poderia deixar minhas malas até a hora de entrar no quarto. Quando voltei ao saguão, fui agradecer ao senhor e ele me fez sinal para em silêncio, sem comentar com ninguém, ir tomar café da manhã. Ô senhor legal, sério!
                Tomei café e fui ao aeroporto para saber exatamente aonde teria que ir no dia seguinte, pois meu vôo sai as 6 horas da manhã e não vou ter tempo de ficar procurando guichê, essas coisas. Me informei também quanto ao horário de funcionamento do metrô e vai dar tudo certo!
                Fui ao centro da cidade, fiquei andando, vendo tudo ali por perto, almocei e voltei pro Hostel, pra descansar.
                Como já disse, amanhã pego o avião bem cedinho e conseqüentemente não vou ter tempo de postar aqui pra vocês. Então quando voltar pra Brasília posto como foi a viagem de volta e chegar a casa. To nervoso com essa ultima viagem! =)
                Rezem por mim!

Vaticano

                É complicado, porque se eu digo que o Vaticano é indescritível, eu corto qualquer chance minha de contar sobre ele. Mas se eu digo que ele é magnífico, estupendo, maravilhoso, fantástico, eu caio na repetição e num dilema. Tanto porque eu já usei essas palavras pra definir outras coisas, e se eu tornar a usá-las eu estou comparando o Vaticano com os outros lugares que eu fui antes. Então quando eu uso indescritível, entendam como uma figura de linguagem, um exagero muito maior que todos os outros que eu já fiz, certo?
                Não é simplesmente porque eu sou católico. Claro que influencia, mas eu nunca tinha visto alguma coisa assim. O Coliseu, nem o London Eye, nem a catedral de Köln se comparam àquilo. Já tinha visto o domo da basílica de longe, na cidade, mas só quando cheguei perto que vi o tamanho real.
                Saí com o Alejandro meio atrasado, lá pelas 4 e meia, e pegamos um ônibus na estação de trem que tem como destino final a Praça. O japonês do Hostel disse que o ônibus era um euro, mas que ninguém pagava, não precisávamos pagar. Ele não para exatamente na praça, para uma esquina antes da Via Conziliazone. De longe mesmo se vê como é bonito. E ainda o fato de ser fim de tarde, o sol estava quase se escondendo atrás da basílica, dando uma imagem meio que de suspense, foi divertido. Não foi divertido eu estar de calça e camisa de manga, necessários pra entrar em qualquer prédio do Vaticano.
                Parece que eu to exagerando, mas juro que não estou! Cabe um prédio inteirinho desses da Asa Sul dentro da igreja, e ainda sobra. Bastante. Todas as paredes são cheias de detalhes, de nichos com estátuas, enfeites, até o chão é decorado! Tanto detalhe que como eu falei, é indescritível. Bem no centro há como um altar, onde depois eu descobri ser onde estão os restos encontrados de São Pedro. O altar das celebrações maiores é o maior que já vi, com uma pomba feita de vidro um pouco à frente de um buraco na parede, que se ilumina com o sol que se põe. No canto direito cerca de vinte confessionários, pra você escolher a língua em que quer se confessar. No esquerdo, a sacristia, com a lista de todos os Papas já falecidos. Fora as incontáveis pequenas capelas dentro da própria matriz, onde são celebradas missas quase que constantemente em línguas diferentes. E uma capela só para o Santíssimo. Perto da entrada principal, à direita, uma imagem Pietá toda em marfim. Tenho certeza que vou me lembrar de muito mais coisa depois.
                Depois de ficar estupefado com tanta coisa, eu e o Alejandro saímos para ver a tumba dos Papas. Não se pode tirar foto, não entendi o porquê. Todas as tumbas são cheias de esculturas e estátuas, mas a que eu achei mais bonita foi uma branca, simplesinha, quase não saía do chão (quase todas as outras se parecem mesas, saindo do chão), era toda branca, com uma imagem de Nossa Senhora ao fundo e algumas rosas de vidro postas em cima. João Paulo II.
                Depois dessa primeira visita voltamos para o Hostel, pois já estava quase escurecendo, e dormi.
               
No dia seguinte acordei cedo para ir à missa e andar um pouco mais por conta própria por lá. Assisti uma missa em polonês, que parecia que tinha um casal comemorando suas bodas, alguma coisa assim, porque eu não entendi nada e o padre tava sempre virado pra eles. Burro, perdi a missa em inglês na capela do Santíssimo.
O “problema” de uma igreja tão grande é esse, tem tanta missa que ninguém sabe ao certo onde é. O primeiro que eu perguntei me orientou pra uma missa particular, que eu não pude participar, porque seria num lugar muito fechado. O segundo me orientou pra essa missa que eu assisti. Depois eu descobri essa em inglês, que tava cheia, e depois eu descobri ainda que tem tudo escrito na porta da Sacristia, mas que nenhum dos carinhas que estavam trabalhando lá me indicaram.
Depois da missa fui procurar a capela Sistina. Pelo mapa e pela pesquisa no Google, tinha que rodear o muro do Vaticano até encontrar a entrada do Museu do Vaticano, e a capela estaria lá. Já eram nove horas da manhã, e uma caminhada de 10 minutos já tinha me feito suar daquele jeito gostoso. Vi o tamanho da fila e na hora soube que não iria enfrentar aquilo. Fui até a porta e perguntei pro segurança como era à tarde, e ele me disse que depois do meio dia nem existia mais fila. Era tudo gente em excursão.
Na volta pro Hostel, quase tenho que pagar uma multinha. Não é que entram quatro caras uniformizados no ônibus, conferindo o ticket de todo mundo? Eu ainda tava achando que não precisava! A minha (grande) sorte é que o casal do meu lado criou o maior caso, porque mostraram um só ticket pelos dois. Pagaram uma multinha básica de 50 euros. Ficaram conversando e tentando se entender com os fiscais por tanto tempo que a descida dos fiscais chegou e eles simplesmente não me perguntaram, se esqueceram de mim. À tarde eu comprei um pra ida e outro pra volta, feliz.
Aconteceu que lá pelas 3 horas eu caí no sono, e acordei as quatro. Até eu sair, eram quatro e vinte. Até eu chegar lá, cinco. Parei numa lojinha, comprar coisinhas, e quando saí de lá, cinco e meia. Fui usar meu senso de direção, tentar um atalho, e me dei mal, perdi um tempão e quando cheguei à entrada eram cinco pras seis. Claro que já tava fechado, então esse é um passeio que eu vou ter que fazer quando voltar a Roma. Fui então à basílica, esperar pela missa das seis. Não assisti porque cheguei lá seis e dez, e me disseram que a última missa começara as seis. Sem mais o que fazer, voltei pro Hostel.

27 agosto 2010

Roma

                É, faz tempo que não escrevo. Correria, viagem, acaba que não sobra tempo, descansar é prioridade. Então eu ia escrever 3 textos, um pra cada dia, mas pensei que é besteira, só cansa quem tá lendo. Então vou contar de uma vez como tá sendo Roma. =)
                Saí de Londres 7 e 10 da manhã, acordei às 4 e 40. Fui de taxi até o aeroporto, porque é bem longe da cidade, e a viagem não teve nada demais. To me acostumando com a rotina de aeroporto. Mas então eu desembarquei em Roma, fiz a imigração de boa, o cara só falava italiano e eu só inglês, e nos entendemos bem. Peguei a mala e começou o sofrimento, mais uma vez. As malas tão bem pesadas, e não posso reclamar nada, porque fui eu que escolhi assim, então vamos que vamos!
                Perguntei no centro de informações e fui pegar o trem até o Termini, a estação de trem principal de Roma, que pelo mapa ficava do lado do Hostel. Quatorze euros uma passagenzinha, coisa absurda! Viagem de primeira classe e não teve uma alma viva pra conferir o ticket, podia não ter comprado! Desci na estação, e lá fui eu pro castigo, procurar o Hostel. Com aquelas malas todas, é só sair da estação que vem 3 taxistas perguntar se eu queria o serviço. “Via Carlo Alberto, onde fica?”, “Ah, é muito longe, naquele sentido”, “Fica quanto pra me levar lá?”, “25 euros”, “Não tenho esse dinheiro, obrigado”. Realmente não tinha, mas mesmo se tivesse não pagaria, era muito caro. Pelo mapa parecia ser bem certinho. Caminhei na direção que o cara apontou e encontrei outro ponto da mesma estação de trem, com centro de informações. Ganhei um mapa e a localização do Hostel, e adivinha? Era do lado! 25 euros, pf... até parece!
                Caminhei na direção da rua e encontrei, Via Carlo Alberto, 24. Toquei a campanhia, subi os dois andares de escada (nesse ponto eu já tava suando de pingar, com minha camisa e calça jeans no calor de 34° de Roma) e cheguei ao Walter Rooms. Aí o cara me pergunta: “Cadê os outros?” “Que outros?” “Você está sozinho? Eu estou esperando um grupo de cinco! Vai até esse lugar aqui e faz o check in lá”. Tudo bem, o lugar não era longe, mas pô, o endereço era aquele. Tudo bem, desci as escadas, era no mesmo prédio, mas na rua de trás. Fiz o check-in, o cara meio mal-humorado, e eu: “Então, em que quarto eu vou ficar?” “Ah, o Fulano vai te levar lá”. Nem era na mesma entrada! Era no mesmo prédio, mesma rua, mas uns 100 metros de distância. Exercício de paciência, exercício de paciência...
                Sinceramente? O quarto à primeira impressão é péssimo, meio espremido, muita gente no mesmo quarto... mas depois se acostuma, da pra viver! Não recomendo pra ninguém não, mas chega um ponto, depois de tanto trocar de quarto nessa viagem, que a gente aceita qualquer coisa ter onde dormir sossegado. Tem um armário onde cabem minhas coisas em segurança, uma cozinha onde posso fazer minha comida, geladeira onde posso colocar minha comida, banheiro dentro do quarto e internet de graça!
                Me instalei e saí pra caminhar, procurar o que comer. Peguei um mapa no quarto que tem os principais prédios em evidência e saí pra andar por aí e comer. Achei um McDonald’s não muito longe dali, e almocei lá mesmo. Circulei no mapa os pontos por perto que pareciam mais interessantes, tracei minha rota e continuei caminhando. Passei por lugares muito bacanas, e Roma é assim: uma cidade que aparentemente não tem nada demais, aí você cruza com uma esquina e se depara com um prédio enorme, com estátuas gigantes que estão ali desde o início da civilização, só. A história por trás daquelas construções parece escrita nas paredes delas. Passei por um lugar chamado Trinità dei Monti, onde da pra se ver a cidade inteira, com o Vaticano ao fundo, é maravilhoso. Desci na direção de uma fonte muito bonita, cheia de gente e parece que tem alguma história particular por trás, devido à concentração de pessoas. Andar por aí na rua sozinho é bom, posso parar e ficar onde eu quiser pelo tempo que eu quiser, fazer o que eu quiser, comer aonde e quando eu quiser, mas o ruim é que não se sabe a história por trás das coisas. Ter um guia nessas horas seria bem melhor.
                Voltei ao Hostel, tomei um banho e encontrei umas almas vivas. Um cara da Venezuela chamado Alejandro que não agüenta mais a Lady Gaga e um argentino muito gente boa chamado Javier. Conversamos um pouco, e combinamos de sair à noite, comer alguma coisa. Conversei com família em casa, e quando era hora de sair, os caras aqui estavam dormindo. Lanchei por conta própria e fiquei a toa, fazendo nada. A noite apareceu mais gente aqui no Hostel e todo mundo ficou conversando, foi legal.
                O bom de Hostels é isso. A gente vê alguém e vai falar oi, perguntar o nome, conhecer a pessoa. Por mais que eu esteja sozinho, não se passou um dia em que eu não conhecesse alguém diferente, sempre tem com quem conversar.
               
                No dia seguinte levantei por volta das nove, tomei café da manhã e saí num sentido diferente do dia anterior. Andei até uma e pouco da tarde, e a bateria da câmera acabou. Pensei: “Não vou voltar aqui só para tirar fotos mais tarde, então vou para o Hostel, recarrego a bateria, almoço, descanso e mais tarde continuo o passeio”. Passei no mercado, comprei uma pizza, cheguei ao Hostel e lá estavam Alejandro e Javier, almoçando. Aí eles fizeram um convite que não tive como recusar. “Vamos à praia?” Eu já tinha pensado nisso, tinha vontade, mas sozinho não iria, e a oportunidade era muito boa, podia terminar o passeio outro dia, tenho um livre. “Ah, vamos. Agora?” “Em uma hora”. Deu pra almoçar, e não descansar.
                Um euro pra ir, outro pra voltar, de metrô. Óstia é outra cidade, a pouco mais de uma hora de metrô, saindo da estação Termini. Pra ser sincero, o passeio nem foi lá essas coisas. Ir à praia cansa, é esquisito! Não andei muito, só fiquei sentado na areia, dei um mergulho de 2 minutos no mar, só pra dizer que entrei no Mar Mediterrâneo, e voltei exausto! Deve ser o Sol. Tá quente demais, não tem explicação.
                Voltamos era quase sete e meia, e ninguém tinha ânimo pra encontrar o povo de ontem. Tínhamos combinado de encontrar o pessoal que estava no Hostel na noite anterior na fonte famosona lá esse horário, parece que tem uns efeitos com luz muito bonitos lá, mas não fomos. Eu mesmo comi, tomei banho, liguei pra casa e capotei.
                Dormi cedo porque ia começar uma nova tática. Cansei de ficar estatelando e suando no sol, não tem necessidade. Então no dia seguinte iria acordar o mais cedo o possível, sair cedo, e voltar ao Hostel por volta das 11. Almoçar, descansar, dormir um pouco e sair de novo lá pelas 16, quando o sol já está mais baixo. Não tem sentido ficar se queimando no sol à toa!

                Acordei então eram 7 e meia da manhã, tomei café no meu ritmo de “acordei cedo”, dei uma arrumada nas coisas e quando saí pra caminhar de novo, eram 8 e quarenta. Quando eu voltei e mostrei pro povo aonde tinha ido, eles ficavam espantados, pois eram 11 horas. É, eu fui longe e caminhei bastante. Fui à região do coliseu, tudo ali em volta.
                Tava na fila pra entrar no coliseu, mas desisti no meio do caminho. No começo da fila, um aviso dizia que é 4 euros pra entrar no museu, e quando vai chegando perto, outro dizendo que é 12! Não, to afim de pagar tudo isso não, já vi por fora. Sei que por dentro deve ser impressionante, mas já tava cansado também, e posso ver as fotos de lá de dentro na internet quando eu quiser!
                Voltei pro Hostel, e aqui estou descansando, pra seguir a nova estratégia e sair às 16, de novo. Então eu vou pro Vaticano, a parte mais esperada! Depois eu conto como foi! =)

25 agosto 2010

Sobre as fotos - Definitivo

É galera, cheguei a uma conclusão. Não vou colocar fotos aqui no blog. Dá muito trabalho. Quando chegar eu faço uma dessas páginas em que se publica as fotos só pra quem você autoriza, então quem quiser é só me pedir que eu libero. Quando eu chegar. =)

Ultimo dia de Londres






Cansados, claro, acordamos tarde. Pegamos um metro e fomos ate um ponto mais distante da cidade, a "Londres rica", como diz o Henrique. Loja da Lamborghini, Harrolds, essas coisas bobas. Museu de Historia Natural, palacio de Buckingham e estadio do Chelsea, todos coisas enormes, muito bonito.
Entao cansados, voltamos pra casa. Sabe que o Henrique sabe cozinhar? Risoto de presunto e bacon, uma delicia.
E depois, dormir, porque amanha e dia de acordar de madrugada pra ir pro aeroporto, voar pra Roma.

24 agosto 2010

Conhecendo Londres pra valer

Sai com o Henrique era quase meio dia, so nos dois. Pegamos um onibus e nem me preocupei com o rumo. Ele mora aqui a tempo o suficiente pra eu nao me preocupar.
Descemos depois de bem uns 20 minutos, e comecamos a andar. Paramos num restaurante da Companhia que ele trabalha, ele precisava conversar com uns caras la, e a caminhada continuou. Andamos, e andamos, e andamos, e vi tanta coisa que nem saberia nomear cada uma aqui. Ruas lotadas, predios bonitassos, lojas unicas (como a da Ferrari), pracas famosas, Trafalgar Square, onde fica um museu com o famoso quadro de Van Gogh, dos girassois, o Big Ben, que nem e tao grande assim...
Andamos mais um bocado, e la pelas 6 da tarde paramos em outro restaurante Zizzi pra jantar. Quando o Henrique falava pras pessoas o quanto a gente tinha andado eu percebia o quao longe tinhamos ido, pela expressao delas.
Quando voltamos pra casa meus pes doiam, e so me restou a opcao dormir cedo. Amanha ainda tem o resto de Londres pra ver.

Fui dar um passeio...


Henrique trabalhou hoje de 10 as 23, entao eu meio que tava por conta propria. Peguei algumas direcoes com ele, por onde passear e assim me fui.
O objetivo era chegar no rio Tamisa (nao tenho certeza se e assim o nome em portugues, em ingles e thames), que de la eu me virava. So que eu me desorientei totalmente quando cheguei na casa do Henrique, e quando sai pra rua, achava que o rio estava na minha frente, mas na verdade ele estava atras. E dificil explicar sem um mapa, entao nem vou tentar. Sei que achei a ponte, caminhei ao longo do rio ate a outra ponte, atravessei e continuei andando, ate a St. Paul Cathedral.
Maravilhosa a igreja, so que nao poderiamos entrar muito, pois a maior parte dela fica fechada dia de domingo. Eram 14:30 e a missa era as 18, entao tinha que cacar o que fazer ate a hora da celebracao. Perguntei pra uma guarda na rua onde eu conseguiria encontrar internet, e ela foi muito broder, disse que no McDonalds eles tem internet gratis o tempo todo. Entao la fui eu atras do Mc, ligar pra casa. Depois sai andando, olhando pros pontos do mapa que pareciam interessante e indo atras. Fui no museu de Londres, que nao paga pra entrar e tem muita coisa legal e dei uma volta, por ai. Assim mesmo. So sai andando. Vi tanta coisa legal, a cidade e bem bonita, bem diferente com o que a gente ta acostumado.
Meia hora antes da missa comecar comecei a cacar o rumo dela de volta, e cheguei com uma boa folga! Parece que aqui na Europa, aos domingos, eles tem uma missa grande pela manha e pela tarde sao como nos dias de semana. Nem homilia a missa teve, uma pena. Depois da missa fui conversar com o padre. father Andrew, muito simpatico, se amarrou em saber que sou brasileiro, e tudo o mais.
Mais 50 minutos de caminhada de volta pra casa, e foi quando me dei conta da cagada que fiz quando sai... o, senso de direcao porcaria, viu? =)
Cheguei, tomei banho e... dormi. Capotei, as 9 hrs da noite. Terminei de escrever esse texto quando acordei, as 9 hrs da manha do dia seguinte. Delicia!

Tchau, Aachen! Ola, Londres!

Gosto de me programar bem. Prevenir os imprevistos, chegar com folga aos lugares e nao ficar na correria louca. O Bruno foi comigo ate a estacao de trem, precisava comprar sua passagem para Dusseldorf, de onde vai voar de volta para Torino.
Nada a comentar, hehe. So que a mochila tava pesada, credo! Parece que tem uns 50kg a mais.
E o trem bala, que maravilha. A viagem ate Bruxelas que haviamos feito em 2 horas e meia durou pouco mais de uma, a cerca de 200km/h, coisa pouca. Encontrar a plataforma da Eurostar na estacao foi tranquilo, e la mesmo ja fiz a imigracao para a Inglaterra. Ate tava com um pouco de receio quanto a essa imigracao, meu primo disse que se eles encucarem com voce eles sao piores que os americanos, mas eu nao tenho cara de terrorista, ne? Foi tranquilo, mesmo com todas as perguntas "Quanto tempo? Onde voce vai ficar? Porque esta vindo para Londres? Quando chegou a Europa? Aonde vai depois? Quando volta ao Brasil?".
O Eurostar também é fera. Tao rapido quanto o ICE, e bem mais confortavel. So o Eurotunel, que deixou a desejar. Esperava mais. Parecia que estavamos atravessando uma montanha, nao vi quando entramos nem quando saimos.
Cheguei na estacao. E arrumadinho, mas nao tem a organizacao e sinalizacao alema. Muita propaganda, muita poluicao visual. Liguei pro Henrique, meu primo, encontrei-o no restaurante onde ele trabalha e la almocei um macarrao bom pra caramba. Fui pra casa dele, dormi e quando acordei a casa tava cheia, do povo que mora com ele. Pessoal muito gente boa, comecou a cozinhar, comida boa, e depois assisti "Yes, man". Eram umas 3 da manha quando fui dormir... =)

22 agosto 2010

Alemannia 2 x 2 Berlin

Compramos os ingressos uns dois dias antes, e eu tava muito empolgado, daquele jeito que eu fico, chato. A partida comecava as 18, entao a ideia ea chegar as 16, mas a cerimonia de encerramento terminou as 15:30 e os ingressos estavam no Hostel, entao ainda pegaria varios onibus.
Mas tudo deu certo, e gracas ao meu alemao que melhora a cada dia descobri qual o onibus que nos levaria ate o estadio. Assim, padrao europeu, ne? Daquelas coisas que a gente ve na tv, torcida a 5 metros das laterais, e o futebol alemao. Nao e como o brasileiro, com o cara tentando driblar aqui e ali pra chutar. Nao, pra eles e so corre que eu vou lancar e la voce se vira.
O jogo foi massa, com o time da casa pressionando forte, mas o atacante era tipo um obina, que quando pegava na bola nao sabia o que fazer. E quem nao faz, leva,e eles levaram. 1 a 0, mass nem durou muito tempo, porque rapidinho o lateal correu, cruzou e alguem acertou um voleio maravilhoso. A torcida ja era uma coisa contagiante, e depois desse gol, entao, ficou bom demais. Acabou o primeiro tempo, todo mundo descendo pra comer o sanduichao alemao, com salsichao, e no comeco do segundo tempo Alemmania sofre uma falta na entrada da area. A cobranca foi um lixo, bateu na barreira e deu rebote. O cara correru ate o escanteio, cruzou, o Obina errou a bola, que bateu na barriga do zagueiro e entrou. Gol contra, a torcida vibrando com a virada, e eu filmei tudo. Resolvi filmar a cobranca de falta, quem sabe eu dava sorte, e nao e que dei? Cinco minutos depois, a torcida organizadaa tava comecando um grito, e eu filmando, e o outro time empata. O gol mesmo eu nao filmei, apesar de estar assistindo, mas filmei a comemoracao do time adversario. No resto do jogo foi so pressao em cima do Berlin, mas se eles nao fossem um time de segunda divisao eles nem precisariam pressionar, o jogo teria sido goleada.
Voltamos pra casa bem, gracas a organizacao e seguranca alema, que inibe qualquer pensamento de fazer besteira, terminei de arrumar as malas e fui dormir sozinho no quarto de 5 camas, ja que todos os outros ja tinham ido embora.

E, o curso acabou.

Pela manha fomos as instalacoes da parte pratica da RTWH, vimos algumas coisas sendo priduzidas, e outrras eram trabalhos "secretos" e nAo pudemos ver, como se fossemos roubar as ideias. Mas o legal mesmo foi o carro hibrido. Eles fizeram todas as alteracoes por contra propria, e basicamente foi como ver tudo que aprendemos durante o curso. Fui o primeiro a entrar no carro, um corsinha, junto com o professor, e depois de ligar o computador de bordo (que funciona com o Windows XP) ele me explicou o que a telinha tava mostrando. Entao ele clicou num botao la (tela touch screen, claro) que dizia "zem - zero emission mode" e disse: "pronto, agora a gente pode sair", engatou a re e saiu! Ta, nao parece muita coisa, mas reparou que eu nao disse que ele nao deu com a ignicao? Era tudo na bateria, nao fazia um sonzinho sequer! SENSACIONAL, parecia carrinho de controle remoto! Depois de passar pelo laboratorio de acidentes (daqueles que os carros sao jogados contra a parede para testes) voltamos para o mensa, almocar.
Depois do almoco fomos ao Super-C, um predio em forma de C, todo de vidro, que e todo famosao e motivo de orgulho pra faculdade, a cerimonia de encerramento seria la. No ultimo andar, com uma vista fantastica de toda a cidade, foi uma cerimonia bonitinha, os organizadores emocionados, todo mundo muito saudoso, pois mesmo tendo sendo 3 semanas de curso, foram 3 semanas de curso com todo mundo convivendo quase que (em alguns casos sem o quase que) 24 horas por dia. Varias fotos, trocas de e-mail, telefone, "foi muito bom te conhecer", receber os diploma (CREDITOS PRA UNB, UHUUUL!) e despedida.
E ainda tinhamos que correr, o estadio nos aguardava.

20 agosto 2010

O ultimo dia de curso, e comecam as despedidas

               Nao e que o sacana vem com uma provinha multipla escolha, com 25 questoes de 3 opcoes pra gente escolher uma certa, sem uma continha sequer? E quem corrigiu foi nos mesmos! E eu aqui, preocupado... Acho que ta todo mundo aqui tao preocupado com o quanto que o nosso cronograma e pesado que eles aliviaram nessa. Resumindo, o teste foi ridiculamente facil e nem graca teve. "/
               Depois do almoco voltei a fabrica da Lindt com o Karl. Mais mesmo pra fazer companhia, mas aproveitei pra pegar a encomenda da Maylinha! ;)
Voltei pra faculdade e liguei pra propria, e foi gostoso falar com ela, tava com saudade. E bom quando demonstram alegria em falar com voce, de verdade! Fiz mais umas ultimas compras essenciais e voltei pro Hostel, lavar a roupa.
               O Karl ainda tava no quarto, e foi a ultima vez que o vi, porque ele foi embora mais cedo pra conheceer o leste europeu com os amigos. Foi um bom companheiro de quarto, diz que em 2014 estara no Brasil pra Copa. Assim como todos os outros aqui.
                Sai pra comer e tomar uma caipirinha num bar que tava comemorando 18 anos de anivesario com rodadas duplas, e voltei pra arrumar a mala. Ta pronto, e nao sei se o que sinto e tristeza por ir embora ou simplesmente a canseira de arrumar as malas. Mas ta tudo prontinho, porque amanha nao terei tempo.
                Sabado provavelmente os posts aqui vao ficar mais interessantes, devem perder essa cara de "querido diario" e comecar a contar de algumas das coisas mais intereessantes da Europa.
                Obrigado por todo apoio e mensagens de carinho, fiquem com Deus e nao deixem de rezar por mim! =)

Aula, aula e mais aula,

o dia inteiro. Muita materia pra prova de amanha, to so vendo o quanto vou rachar de estudar essa noite. E ainda me vem o professor dizer que a prova vai estar muito mais facil que a outra que tivemos, como se nao tivesse formulas dee 2, 3 linhas nos exercicios! Pelo menos nos vem a noticia de que a prova vai ser mais teorica. O professor e sensato, disse que nao esperaria que decorassemos a formula em uma semana de aulas...
                Enfim! Terminou aula, sai pra comer (comida libanesa, claro) com o Bruno e voltei pro Hostel pra rachar a cara nos livros, estudar infinito! Chego no quarto e la me esta o Karl, falando no Skype com sua namorada. mancada dupla, porque eu precisava estudar e ele fala muito alto, e porque eu nao tinha falado uma palavra com a MINHA namorada no dia inteiro, e achava que nem falaria, por causa dos estudos.
                Entao la me vou eu, cacar um canto no quarto do Bruno, enfiar a cara nos livros. Cara, pra ser bem sincero, minha cabeca tava nas nuvens! Tinha organizado todo o resto da minha viagem de manha, e nada daquela linguagem tecnica em ingles tava entrando na minha cabeca. Resolvi que o melhor seria descansar e tentar absorver alguma coisa nos "tutorised exercises" na manha seguinte antes da prova.
                E foi assim que eu fui ver um filme e dormir, cansado.

18 agosto 2010

Sobre as fotos

Gente, sei que to devendo altas fotos, vou me esforcar pra colocar algumas aqui amanha, ta? Desculpem essa falha.

17 agosto 2010

ThyssenKrupp

                Hoje a gente fez uma visita à fábrica da ThyssenKrupp. Quem conhece essa empresa provavelmente vai soltar um “Woooow”, mas deixe eu explicar pra quem não conhece. Eu nunca fui à Usiminas no Brasil, e não conheço a dimensão dela no mundo, mas a ThyssenKrupp tem parques industriais em todos os continentes, inclusive no Brasil. Acho que a Usiminas só tem em Ipatinga. A relação entre as duas que eu tenho certeza é que ambas são do mesmo ramo. De qualquer forma, o parque industrial é enorme, 9,4km² de produção de aço. (53% do ferro que eles importam vêm do Brasil!)
                Vi desde as grandes fundições de ferro até o aço sendo modelado no formato para a venda. Eles não nos deixaram tirar fotos, mas era tudo muito impressionante, pode-se imaginar.
Disseram que 80% da planta foi destruída durante a segunda guerra mundial, ou seja: tudo o que vimos hoje tem menos de 65 anos. É bem impressionante, quando se pensa no tamanho da coisa no tempo relativamente pequeno que se teve pra construir tudo. Cada prédio é cheio de máquinas e outras coisas que foram minuciosamente projetadas, milimetricamente, especificamente para aquele recinto. E ainda foram construídas, o que não é tão rápido. Enfim, é tudo muito impressionante.
Tudo na RTWH é voltado para automobilismo e combustão, mas bastou essa visita pra me lembrar como eu gosto muito mais dessa parte da mecânica.
É, manquei o dia inteiro.

16.08

.
.
.
                Era isso que eu tenho pra contar dessa segunda. Nada. Hehehe... Fui pra aula, almocei no Mensa, tive a tarde livre e voltei ao Hostel pra dormir. A noite fui pro Gästhaus, pra um evento chamado “Kaminabend mit Masters Alumni”, que basicamente era um encontro com alguns alunos que fazem mestrado na RTWH (a universidade) contando como é fazer um mestrado aqui. O ponto positivo: tinha comida grátis. =)
                Taí, essa foi minha segunda feira. Mancando, com o pé inchado.

A sina dos domingos em Aachen

                Aqui não existe a palavra “Sunday” para se descrever o domingo. Sempre são “rainydays”. Tudo bem que eu passei só três domingos aqui na cidade, e um deles eu estive na realidade em Bruxelas, mas em TODOS choveu torrencialmente, da hora em que acordei até a hora em que fui dormir
                Hoje eu consegui também ir à missa. Fui com a Yesenia (colombiana) e a Adinda (Indonesiana), as únicas católicas do nosso grupo. Claro que todos acordaram a mesma hora, porque o café da manhã fecha as nove, mas nós saímos mais cedo que os outros. Sim, eu estou aqui pra aprender alemão também, mas não, eu não entendi nada da missa. Entendi o sinal da cruz, e por conhecer bem os ritos sabia em qual parte eu estava, mas do que eles estavam falando mesmo, só entendi que a primeira leitura era sobre a profecia da vinda do Messias, a segunda era a 1ª Carta de São Paulo a alguém (não entendi) e que o Evangelho era a visita de Maria à sua prima Isabel, que em alemão eles chamam de Elizabeth. Eles não têm as leituras nos folhetos como em Brasília, só as músicas em livros grossos com as partituras, igualzinho aos dos EUA. Antes que alguém pergunte: sim, as músicas também são em alemão. Fora isso, os ritos são os mesmos, como deveria ser, o Pai-Nosso foi cantado (eu só entendi que era o Pai-Nosso quando chegou na Paz de Cristo e não tínhamos rezado ainda) e eu e a Yesenia fomos os únicos a nos virarmos para desejar a Paz de Cristo para quem estava à nossa volta. Mas como ela diz, “é algo com que eu posso viver”. =)
                Em seguida fomos ao tão esperado “Soccer Tournament”. Chegamos um pouco atrasados, devido à missa, mas não perdi nenhuma partida, pois eram quatro times e eu entrei no time 4, que não tinha chegado ainda. Ganhamos só a primeira partida, do time que não ganhou nenhuma outra, e o povo era muito ruim. Sei que não sei nenhum craque, nunca fui, mas cara, a galera era MUITO ruim! E porque raios eles colocam as mulheres para jogarem junto com os homens? Elas não podem fazer dois timinhos, jogar 5 minutos e ficarem felizes? Não, têm que querer jogar junto com a gente, gritar quando a bola chega perto delas e às vezes não sair da frente quando estamos correndo. Nessas situações a gente fica muito embaraçado pedindo desculpas, enquanto as levanta, por algo que nem nossa culpa foi! No fim da primeira partida meu dedão do pé esquerdo tava sangrando embaixo da unha e no fim da segunda eu estava com a sola do pé direito cortado. Enfim... o futebol bom mesmo só aconteceu quanto o torneio terminou, e ainda tínhamos 2 horas pro churrasco, e poderíamos ficar no ginásio até a hora de comer. Fizemos o time dos que estavam fazendo o curso junto, havia ainda o time dos japoneses e o dos alemães. Ganhamos de muito, porque os japoneses são daqueles nerds bobões e os alemães não jogavam bem. O Murilão com a camisa 10 do Flamengo marcou dois gols na primeira partida e na segunda entrou numa dividida, chutou o pé do cara e foi substituído bem no comecinho do jogo. Coloquei um gelinho que na hora melhorou e nem tava mais sentindo, mas depois inchou e doeu a noite inteira. Tudo fruto de jogar futebol descalço, já que não trouxe chuteiras.
                Estávamos esperançosos pelo churrasco também, mas esse foi um (quase) completo desastre. Em parte porque estava chovendo e os organizadores tiveram que improvisar um espaço da faculdade um pouco distante do centro esportivo, em parte porque chegamos lá e tivemos que esperar uma hora até o churrasco ficar pronto (eles começaram a fazer na hora que chegamos), em parte porque quando a comida ficou pronta ela acabou tão rápido porque não consegui pegar e em parte porque quando a segunda leva veio, estava horrível. Não sei o que eles fazem na Alemanha, experimentei a mesma coisa na Oktoberfest ano passado em Brasília, mas a carne que eles dizem “tipicamente alemã” parece estar sempre sangrando, meio nojento. E ainda é apimentada! Um terror...
 Essa semana o Karl e o Bruno compraram um dispositivo USB de uma empresa aqui que provê um mês inteiro de internet por 20 euros. Não achei que valia a pena, por isso não comprei um pra mim. No começo eles simplesmente não conseguiam conectar, e depois de uns 4 dias tentando eles voltaram à loja e depois voltaram ao Hostel todo felizes, porque o problema fora resolvido. Então quando voltamos pra casa estávamos todos tão exaustos que ninguém queria sair. O Bruno foi dormir, então peguei a internet dele e fui falar com o pessoal em casa, foi uma alegria. Mamãe carente, Matheus com piadinhas sem-graça, Clarinha com saudades, Samuelzinho a coisa mais gostosa do mundo e Fernandinha linda como sempre. Pena que a Mayla serelepe tá viajando pra São Paulo arranjando coisas do casamento com a sogra e papai não tava em casa. Mas ainda assim, bom demais falar com quem deu.
Depois peguei altos filmes com o Bruno do computador dele, assisti um e fui dormir. Com o pé doendo. Tinha que ressaltar. 

14 agosto 2010

Lindt

                Hoje eu só levantei por causa do café da manhã, que deixa de ser servido às 9 horas. Depois de comer ainda voltei pra cama, mas é claro que como sempre, não consegui dormir, então fui dar uma arrumada nas minhas coisas e me preparar pra sair.
                Estava quase pronto e todos resolveram ir comigo, então demorei mais um pouco, mas é bom ter companhia. A idéia do dia era não planejar nada, só fazer o que desse na telha. Só uma coisa era certa, que depois do almoço iríamos à loja da Lindt.
                Andamos, entramos em lojas, fomos à universidade para entrar um pouco na internet de graça, e fomos comer. Nada demais, estamos todos cansados pra ficarmos conversando muito, e depois do almoço fomos à Rathaus.
                A tradução para Rathaus é Casa do Prefeito, ou seja, prefeitura. É um lugar bonito até, cheio de história, e aqui na Europa quando se vai entrar nesses lugares, você recebe um aparelhinho eletrônico que lê em que parte do lugar você está, e vai contando a história de algum quadro que você está vendo, ou do cômodo onde você está, coisas assim. Bem bonita a prefeitura. =)
                Depois seguimos para a loja, em si. Meio afastada da cidade, caminhamos por meia hora, e enquanto isso a Yesenia, nossa amiga colombiana que adora andar e já conhece todos os cantos de Aachen, ia nos explicando o que é de fato essa loja. A Lindt tem uma fábrica aqui na cidade, e essa loja simplesmente vende os produtos da Lindt que foram embalados errados, esse tipo de coisa, a preço de banana. Eu imaginava que seria uma lojinha de uns 20m² no máximo, mas cara... parecia um Carrefour, só da Lindt! O sonho da Mayla! Tudo a menos de um terço do preço, e esse foi o meu quarto arrependimento de ter ido à fábrica de chocolate no dia anterior e ter comprado um ou outro chocolate lá. Comprei umas 3 vezes mais chocolate pagando menos da metade do preço que eu tinha pagado no ontem! Ó vida...
                Depois voltei pra universidade pra entrar na internet, mas estava tudo falhando, então voltei pro Hostel. Depois de hoje, tenho que caminhar mais, senão vou voltar pro Brasil uma bolinha!

Köln

O dia de visita a Köln começou da mesma maneira: acorda cedo (o horário de sempre), vai pra estação de trem, encontra o pessoal da universidade, recebe a sacolinha com o almoço e a passagem de trem e embarca.
A viagem foi mais longa e sem paradas, ou seja, melhor pra se dormir, mas fora isso, nada demais. Mas a chegada... foi sensacional! Quem foi à última JMJ sabe do que eu estou falando. Mas vou explicar pra quem não foi.
Köln tem a terceira maior catedral do mundo, a segunda maior da Europa. Logo, vê-se a catedral de longe, ainda no trem. Mas isso não significa que você perca um pouco da surpresa quando você chega perto dela, o que não demora a acontecer, pois está a poucos metros da estação de trem. Mede 157 metros de altura, e no chão, ao nosso lado, uma réplica idêntica à figura que está no topo do domo. Tem quase dez metros de altura, e lá em cima parece ter meio metro. E por dentro... UAU! Tudo é muito lindo, muito decorado, enorme, cheio de detalhes, tudo fruto de 600 anos de construção. Subimos em uma das duas torres, por 851 escadas iguais às da catedral de Maastricht (um terror), e lá de cima também... indescritível! É um passeio que vale a pena! =)
Depois da catedral conhecemos um bar chamado Früh, especializado em um tipo especifico de cerveja, que foi construído no século 12, onde podíamos experimentar um copo da especialidade deles. Eu não tomei, mas os outros disseram que não tem nenhum gosto especial, nada muito diferente das outras cervejas. Coisa de alemão, vai saber.
Depois o grupão foi dividido em dois outros grupos: os que queriam visitar o museu do sacro império romano germânico e o que queria visitar o museu do chocolate. Poderíamos ir aos dois, mas a universidade só bancaria um, então fui ao museu do chocolate. Veja bem, eu gosto de chocolate, gosto mesmo, mas me arrependi. Primeiro, que a subida ao topo do domo exauriu com minhas pernas. Segundo, que comer chocolate que é bom, só pagando. E terceiro, que o museu em si é bem sem-gracinha. Sério! O mais interessante é a máquina de produção de chocolate, mas isso se você quiser ver, é só pesquisar no Youtube ou no Google que você acha. E a quarta razão para eu ter achado sem-graça vocês vão entender no próximo post.
Então depois da visita à fábrica estávamos livres para fazermos o que quisermos, inclusive voltar à Aachen, e depois de passar numa lojinha de souvenirs onde eu consegui conversar com o velhinho em alemão (uhuuul \o/ ) voltamos pra casa.
Descansamos e a noite fomos novamente ao bar da Zaha, que fica ao lado do restaurante de comida libanesa. =) 

Countries and their Cultures

                Às seis horas nos encontramos na porta da universidade com uma moça do departamento de relações internacionais, que cuida do nosso curso, que nos levou para o GästeHaus, onde teríamos nossa atividade da noite. Fica um pouco afastado do centro, caminhamos um pouco, mas conversando tudo passa mais rápido.
                Antes de vir à Alemanha, eles nos mandaram um e-mail perguntando se havia algum jogo típico do seu país que poderíamos fazer nessa noite, para interagir, e aquela história toda de conhecer outras culturas. Sim, eu conheço várias brincadeiras, mas nenhuma que seja característica do Brasil, por isso não mandei nada. Acho que só a Adinda, a nossa amiga indonesiana, mandou alguma coisa, por isso eles inventaram altas brincadeiras por conta própria.
                Também foi o dia da chegada dos japoneses. Dezesseis japoneses fazendo um curso exclusivo a eles, e nós fomos apresentados. Cara, para ser muito sincero, eles são muito feios. Todos! Um parece que usa peruca, outro tem os dentes totalmente pra fora, outros dois são gays, e por aí vai. Um desastre.
                Então nós fomos brincar. As brincadeiras foram bem divertidas, pra falar a verdade, mas são todas muito complicadas pra se ficar explicando aqui, então deixa pra lá! Mas o melhor mesmo foi no final, na brincadeira da Adinda. Ela mostrou um vídeo com uma brincadeira típica indonesiana, e depois todo mundo tinha que fazer igual. Claro que eu fiquei de fora, filmando tudo, por que eu adoro dançar, e me diverti bem mais que o resto que ficou dançando.

11 agosto 2010

Carolus-Thermen

                O dia começou meio melancólico, meio que como se estivéssemos indo a um julgamento sem escapatória. A verdade é que o medo da prova era enorme e não sabíamos o que fazer. Estudamos até tarde da noite, mas nada comparado ao que alcançaríamos com um mês de estudos.
                Chegamos á aula as nove, e a prova seria só às 10, e durante esse período estava previsto mais uma série de exercícios. Mas o professor não levou nada, ficou esperando que fizéssemos perguntas, e eu fique lendo e relendo os exercícios que havíamos feito antes.
                Essa foi minha salvação, porque como não faria estudar mais meia hora, começamos a prova 9 e meia, teríamos meia hora a mais de prova. Como eu disse, ainda bem que fiquei relendo aqueles exercícios feitos, pois a prova inteira era os mesmo exercícios com uma coisinha ou outra diferente, e acredito que eu tenha ido muito bem. Tudo dentro dos padrões da engenharia, claro.
                Depois da prova continuamos tendo aula, sem dó nem descanso, almoçamos e lá foi paulera de novo, aula, exercício, aula, exercício, até as seis da tarde. Mas foi bem melhor, o conteúdo é muito mais interessante.
                Bem, após uma prova, e com uma noite livre, fomos a uma das famosas casas de banho de Aachen, a Carolus-Thermen. É um pouquinho afastado da cidade, mas nada que o magnífico sistema de ônibus da cidade não resolva. Chegamos todos muito apreensivos, esperando um lugar excepcional, mas confesso que nem era lá muita coisa. Uns 1000m² com 8 diferentes piscinas a diferentes temperaturas, umas com hidromassagem, outras sem, mas nada de muito excepcional. Eles fazem uns jogos com as luzes que o lugar fica muito bonito, mas não se pode tirar fotos lá dentro, então não pude mostrar nada pra vocês. “/ Há ainda um segundo andar com sauna, onde só se pode entrar nu. Pagar o dobro do preço pra ver montes de velhos pelados? Nãão, obrigado. E eles ainda têm uma promoção bem bacana, onde no verão, em julho e agosto, eles dão 1% de desconto pra cada grau na temperatura máxima alcançada no dia. Então ainda tive 23% de desconto!
                Na volta passamos pra comer aquela maravilhosa comida libanesa, e com certeza é disso que eu vou sentir mais saudades. Sério, chama Tawook, e não me lembro se já falei dele aqui, mas vou falar. É um enrolado, maior que o sanduíche do Subway, com fatias de frango, legumes e um molho espetacular. Segundo o Karl, “ít’s soo good that you can even speak while eating it”.
                Lavar a roupa mais uma vez e ir dormir tarde, pra amanhã acordar morrendo de sono porque tem aula! =)
                Saudades de vocês, galera! =)

10 agosto 2010

Por toda a cidade

                Hoje depois do almoço tivemos um “City Ralley”, e na verdade foi um caça ao tesouro pela cidade, o maior barato.
                Recebemos as instruções num ponto central da cidade e o objetivo era ir até os lugares indicados e recolher informações especificas sobre aquele lugar, como alguma curiosidade sobre uma estátua, ou descobrir quem foi o cara que construiu tal prédio, essas coisas. Não era uma corrida contra o tempo e sim um questionário, e quem respondesse às perguntas mais corretamente ganharia um prêmio.
                Formamos um grupo de seis pessoas, e não ganhamos por uma resposta errada. O prêmio era uma camiseta, então nem fiquei tão triste de ter perdido! =)
                Acabou razoavelmente cedo, e foi ótimo, porque pude passar no Subway, comprar meu lanche para mais tarde e chegar no Hostel bem cedo para dar tempo de estudar tudo. Delicinha.
                Não sei se tá dando pra perceber, mas to PREOCUPADO com essa prova amanhã.

Automotive & Mobilities Studies

                Vou entrar em mais detalhes sobre o curso que estou fazendo aqui.
                “Automotive & Mobilitie Studies” (A&M) é um curso de verão (só que falta o verão, pois só chove aqui) pra qualquer estudante de engenharia que não seja alemão. O curso é dividido em 3 semanas e duas partes, onde a primeira parte se chama VKA (Verbrennings Kraftmaschinen Aachen – o significado tem alguma coisa a ver com maquinas de combustão­) e fala sobre métodos alternativos de combustão, e a segunda parte IKA (não sei ainda o que a sigla significa), e acreditamos que se trate da parte mais material da mecânica automotiva.
                Logo nos primeiros dias de aula o professor falou que os alunos que cursam a universidade regularmente fazem a mesma matéria que nós, mas durante os 3 meses que duram o semestre aqui. Então o conteúdo que eles têm em um mês nós temos em um dia, uma vez que temos um dia de aula seguido de um dia de exercícios, por três vezes para a cada parte do curso.
                Amanhã tenho prova, e hoje estudei igual um condenado. Seria bem tranqüilo se tivesse um mês pra estudar tudo que tenho estudado, mas em pouquíssimos dias as coisas complicam bastante. E pra ajudar, hoje eu descobri que essas matérias específicas que estamos fazendo, são matérias de mestrado! Isso mesmo! Não basta ser uma matéria nova pra mim, eles supõem que eu tenho como base tudo que eu ainda não aprendi no meu curso. Não estou criticando o curso de maneira nenhuma, estou só tentando passar uma idéia de como a matéria tá difícil! Mas o gostoso mesmo é que eu to aprendendo bastante! =) Mas que parece meio incoerente eles não pedirem um certificado de graduação, pelo menos, parece...

Não é bem uma errata...

                Galera, quando se lê o post “Maastricht”, pode-se ter a impressão, no fim do texto, que eu digo que fumar maconha é normal. Espero que todos vocês sabem que NÃO é esse meu ponto de vista. Me expressei de forma a mostrar a mentalidade das pessoas aqui, e não para dizer que eu não vejo problema, nem nada do tipo.
                A cultura daqui, sim, diz que não se deve se escandalizar quando se vê várias meninas de 13, 14 anos fumando em cada esquina, o que é se vê de fato, além de outras coisas sem comentários...
Portanto, quando lerem aquele parágrafo, lembrem-se do Murilo de sempre, que diz NÃO a drogas, e todas essas coisas do bem...
(e todas essas coisas do bem, e não “a todas essas coisas do bem”)

09 agosto 2010

09.08

                De volta às aulas às nove horas da manhã. Acordar cedo e uma sessão de 4 horas de conteúdo extenso e difícil de gravar. Temos um cara novo, da Síria, que não veio antes porque estava tendo dificuldades com o passaporte.
                Almocei, fiquei na internet até as quatro, quando tive mais uma aula de alemão. Depois fui a duas lojas procurar o Ipad, mas em todos os lugares esgotou. Uma pena.
À noite? Estudar, claro. Quarta tem prova.

Sim, comparado à extensão de coisas do fim de semana, o dia foi totalmente sem graça. E foi mesmo, canseira igualzinho.
Amanhã atualizo os últimos posts com as fotos, ok? Realmente preciso estudar.

Resumo 2

                A primeira semana de aula foi surpreendente, de várias maneiras.

                As aulas são realmente boas, apesar de não ser exatamente como eu esperava. O professor mesmo admite que o curso é muito compacto, e que a prova vai ser bem mais fácil que o normal, do contrário não conseguiremos o certificado de conclusão. Os exercícios não são coisas simples, e essa prova vai ser uma coisa interessante.
                As aulas de alemão são um caso a parte. A professora me chama de assistente e eu que sempre to escrevendo no quadro, respondendo pela turma, essas coisas, porque meu alemão é mais avançado que o do restante da galera. Não mato aula pra ficar descansado e dormindo porque apesar de não aprender nada de novo eu posso praticar alemão conversando com ela, e ela é muito simpática.
                O curso em si tem poucos alunos, são uns 25, no total, 9 na minha turma de A&M. Tem o grupo de chineses e o resto da galera é muito legal, se não contar com esses dois caras. Um dele é um indiano inconveniente que fica interrompendo enquanto você está falando pra falar alguma coisa nada a ver, e nunca toma banho. O cara fede a suor 24 horas por dia, e essa semana ele usou a mesma camisa azul e branca todos os dias. O outro é um egípcio que parece ter idade mental de 13 anos. Ainda bem que ele está fazendo o outro curso, porque dizem que ele incomoda a turma o tempo todo, e em Maastricht ele até conseguiu arrumar confusão com o Bruno. Mas o resto da galera é muito legal, e ainda bem que todos estão bem unidos aqui, as amizades estão boas!
                Aachen tem se mostrado cada vez mais uma cidade muito gostosa, perfeita pra se viver. Pra turismo seria uma porcaria, em um dia se vê tudo de interessante aqui, mas para se ir e vir todo dia, o sistema de ônibus é impecável, a organização das ruas é 10, andando a pé se vê coisas bonitas 100% do tempo, as lojas são boas, e tem mais um monte de outras qualidades que eu não to lembrando agora. Claro que se tem seus defeitos, como qualquer outro lugar, mas eles ficam muito bem camuflados com a qualidade das coisas na Alemanha.
                As viagens também foram ótimas, e essa história de andar por 10 minutos e estar em outro país onde tudo já é completamente diferente é ótima, ver tamanha diversidade de paisagens é único.

                Claro que também há a saudade de casa, mas a melhor maneira de lidar com isso é não pensar nisso. Ainda não sei se eu conseguiria passar mais tempo aqui do quanto o que eu vou passar. Tenho acordado todo dia depois de ter sonhado com minha família, minha namorada, minha casa, e isso torna as manhãs piores, mas nada que um pouquinho de oração não resolva. Por isso que eu insisto, continuem rezando por mim! =)

Bruxelas

                No domingo os ônibus só começam a rodar depois das sete, e nosso trem saia às 6:30. Logo, nos preparamos para acordar as cinco ir andando até a estação de trem, e assim o fizemos. Estava tudo programado para irmos a Bruxelas: eu, Karl, Ketan e os oito chineses. Não tinha o que dar errado.
                 Mas não contávamos com a chuva. Acordamos na hora, e às cinco e meia estávamos caminhando debaixo da chuva. A mente pensando no show do Rosa de Saron, e o corpo tentando não congelar de frio. E como aquele guarda-chuvas está sendo útil! Era cinco e meia da manhã, estava frio, chovendo, tínhamos oito chineses na nossa cola e deveríamos estar na estação antes das seis e meia da manhã. Andamos mega rápido, mas chegamos a tempo de ainda tomar café da manhã na estação, antes de entrar no ônibus.
                Eu quase tinha me esquecido de como viajar de trem é silencioso e suave, depois de tanto andar de ônibus aqui em Aachen. Trocamos de trem em Lyège, e o povo ficou impressionado com como aquela estação é bonita. Esperamos meia hora e pegamos o outro trem, para Brüssels.
                A primeira impressão que eu tive da cidade foi terrível. Feia e suja, basicamente. Saímos da estação e havia vários mendigos, coisa que não se vê em lugar nenhum na Alemanha. E todos eles têm cachorros coisa que os chineses ficaram impressionados. Tiraram foto e tudo, pois não se vê “comida” solta assim na rua em qualquer lugar do mundo, certo?
                Graças ao Dieguito eu tinha o panfleto da companhia de ônibus de “Sightseeing”, e foi só sair da estação que vimos o ônibus. Graças aos chineses, estávamos em um número grande e o cara fez um desconto pra gente! E aí eu mudei minha impressão sobre Bruxelas.
                É uma cidade muito bonita, e os prédios são impressionantes. Todos parecem ter muitos anos de história, e no ônibus ganhamos fones de ouvido onde podíamos ouvir a história de cada ponto importante. Pena que no começo do passeio a bateria da minha câmera acabou, e eu tive que pedir ao Karl para usar a dele e pegar as fotos depois.
                Chegamos ao Atomium, o motivo de eu querer ir para Bruxelas. Não é o que eu esperava, é muito mais. Nove esferas de aço com 18 metros de diâmetro cada, ligadas por tubos enormes, na forma de uma molécula de ferro e apoiada e uma única esfera, com uma altura total de 102 metros. Foi construído para a feira mundial de Ciência de 1958 por um engenheiro civil de não ser aonde, que queria provar ao mundo que o país dele tinha capacidade suficiente de construir tal coisa.
                Por fora é uma coisa realmente impressionante, mas o preço que se paga para entrar nem vale tanto. Sim, o elevador que te leva ao topo é legal, as escadas rolantes dentro dos tubos que simulam as ligações da moléculas são muito fera, mas as exposições em si que ficam dentro do Atomium só contam curiosidades nem tão interessantes, eu pensava que fosse ter coisas novas e inovações tecnológicas interessantes lá dentro. A vista é espetacular, e essa é a melhor parte.
                A mini-europa sim, valeu cada centavo pago. Com uma miniatura em escalada de 1/25 de cada construção importante da Europa e um livrinho contando os fatos mais importantes de cada maquete, demorou umas 2 horas até andar por todo o lugar. Alguns lugares você até interage com a maquete, apostando corrida de bicicleta pedalando com os braços ou correndo do guarda em Londres pisando no chão.
                Pegamos o ônibus de volta e havia tantos prédios bonitos, e eu tava tão cansado, e eu confesso que cochilei por 5 minutos. Acordei na frente da sede da União Européia, que é um prédio ENORME, com muitos e muitos andares e salas de um lado para o outro. Um prédio com três lados, na verdade. Difícil de explicar, por isso procurem no Google! ;) Não estava prestando muito atenção no que a narração tava dizendo, e o Karl me diz: “Acabamos de cruzar a fronteira de Luxemburgo”. Claro que eu acreditei, afinal de contas eu não estava cansado, com sono, não estava prestando atenção e aqui parece que se você peidar, um cara no outro país vai sentir. Se você procurar no mapa, vai ver que a distância de Bruxelas à Luxemburgo é maior que a distância à Aachen, e eu acreditei que realmente estive em outro país por um dia inteirinho.
                Na volta trocamos de trem em Lyège mais uma vez, e no trem para Aachen, enquanto conversava com o Karl, nos vem uma francesa (ou belga, todos eles falam francês igual) perguntando se éramos americanos, já que estávamos falando inglês. O Karl disse que era da África do Sul, e pasmem: ela não sabia aonde era. Conversa foi, ela falou que era casada e o Karl falou que eu era brasileiro. Pronto. Aí ela começou a falar que era uma pena que ela era casada, porque ela a-do-ra os brasileiros. Uma amiga dela virou pra trás, me mostrou um pirulito e perguntar se eu queria comprar, eu disse que não. Então ela virou de novo, me mostrou uma camisinha e me perguntou se eu queria comprar! Se ela tava vendendo, ou sugerindo alguma coisa eu não sei, mas a amiga dela voltou e sentou no banco. Voltou mais umas duas vezes, falou mais umas porcarias e desceu numa estação no meio do caminho. Foi muito engraçado e rimos disso até muito tempo depois, mas nada de mais interessante aconteceu.
                Chegamos à estação e pegamos o ônibus de volta ao Hostel, pensando no que comer. A Buddy do Karl trabalha num bar no centro da cidade, e trabalha no período da noite por todos os dias da semana, e fica pesarosa por não poder participar das atividades que ela teria que participar, de forma que o convidou para lanchar lá diversas vezes. Meu colega de quarto foi bem brother quando foi comigo ao jantar da Sabrina, de forma que eu não tinha como dizer não quando ele falou pra eu ir com ele. A fome também batia forte, então chegamos ao Hostel, tomamos banho, falamos com nossas famílias e lá fomos nós voltar pra cidade mortos de sono e cansaço, juntos com o Bruno.
                O bar que a Zaha trabalha parece que envelheceu junto com a cidade. Tem um a de antiguidade, mas não dessas antiguidades forçadas que se vê, quando o cara monta o bar e quer que ele tenha esse visual, e do dia pra noite ele está falsamente velho. Achamos que o bar foi mudando de visual junto com a cidade, porque é muito bem construído e tem enfeites de todas as épocas. Pedimos uma cerveja, e essa foi especialmente pro Henricão Gondin, que falou pra eu tomar uma por ele. =) Meio litro de cerveja tipicamente americana, forte pra c..., e comida libanesa. O bar que estávamos não servem comida, só bebidas, e eles tem um acordo com o restaurante do lado, de forma que nos dois pontos vendem-se dos dois cardápios. Não sei se era fome, mas aquele enroladinho de frango e legumes tava muito gostoso! Não é simplesmente um mistureba de legumes, eles sabem quais legumes colocar de forma a ficar muito bom! Aquele meio litro de cerveja ainda conseguiu me deixar meio tonto, então a volta pra casa foi só gargalhada e falando besteira.
                Cheguei e dormi sem fazer mais nada. Estava exausto. 

Maastricht

Sábado, e lá vamos nós acordar naquele horário que ninguém merece mais uma vez. Pegar o ônibus e chegar à estação de trem às 08:45, pois o ônibus saia às 9hrs. Dormir, que é bom, tem sido muito pouco.
No caminho para o ponto de encontro que vimos um episódio engraçado e curioso. Um cara, desesperado, do outro lado da rua, tentando entrar numa loja a todo o custo, e bem rápido. Parecia que ele estava fugindo de alguém e depois se escondeu atrás de uma moita. Mas o curioso é que não tinha ninguém procurando por ele. Simplesmente, ninguém! Andamos um bocado até chegarmos ao ponto de encontro, e não vimos ninguém que parecia interessado naquele cara. Talvez ele estivesse brincando de pique-esconde com seus amigos imaginários.
A viagem no ônibus em si aconteceu sem nada de especial, mas na estação de Maastricht várias coisas já chamavam a atenção. Bem na porta da estação, bem umas mil bicicletas estacionadas, em fileiras, arrumadinhas, como se fosse um estacionamento de shopping. Fantástico!
Andando em direção à cidade, passando por cima da ponte, olho pra lado, e um cara sendo preso! É, assim, 10hrs da manhã, a plena luz do dia! Achamos que ele estava vendendo drogas ilegalmente, e foi um prato cheio pra todo mundo reforçar o “não comprem/usem drogas, de jeito nenhum”, como se no dia anterior não tivessem falado o suficiente.
Depois de andar pelas ruas da cidade, cheia de lojas caras e chiques, chegamos à praça central, sempre ao lado da Igreja matriz. Até me lembra um lugar, acho que se chama Minas Gerais, onde todas as cidades são assim. Enfim, ouvimos um pouco sobre a história da cidade, e fomos conhecer alguns lugares famosos, antes de nos separarmos em grupos e ficarmos por conta própria. Fomos a uma loja de livros dentro de uma igreja, onde se vendem Playboys. Quem diria...
Já separados do grupão, fomos dar uma volta, e depois de andar um pouco retornamos à igreja matriz, que tem uma torre anexada ao salão central, e onde se tem uma vista fantástica da cidade. Claro que tivemos que pagar para subir, e as escadas eram simplesmente íngremes de mais e estreitas demais. Pareciam infinitas! Tinham cerca de 1,2m de largura, e quando alguém que subia se encontrava com alguém que descia, era um problema sério. Mas a vista lá de cima valia à pena, a cidade é muito bonita também, e o caminho de volta foi tão complicado com a ida. Uma vez, na descida, cruzamos com uma família com um filho pequeno, e pra ajudar pegamos o moleque e ele foi subindo de mão em mão. Ele se divertiu a beça! =)
Andamos mais um pouco, vimos as coisas mais interessantes da cidade, almoçamos, e o Bruno queria comprar um souvenir, alguma coisinha pra trazer de lembrança de lá pro Brasil. Então entramos numa loja, do lado do McDonald’s, e praticamente tudo que eles vendiam era apelativo pro sexo. Desde cuecas mastigáveis até óleos para massagear o saco (eu tirei foto), tudo era voltado pro sexo! Assim não se surpreende porque fumar maconha aqui é legal!
Nos encontramos com o resto dos alunos às 14hrs e o combinado era ir a um parque próximo dali, e ficar por lá, descansando. Chegamos ao parque e o Waleed logo viu uns garotos com bola de futebol, e correu pra ir lá enturmar e pedir pra jogarmos contra eles. Coisas da vida, eu, vestindo minha camisa do Flamengo, não poderia recusar, certo? Ainda mais brasileiro! E vejam bem, eles eram holandeses! Joguei com vontade, e foi uma tarde muito boa. Fiquei todo suado, queimei todas as calorias que ganhei com o BigTasty que eu comi no almoço e ainda dei uma coça nos holandeses! Me diverti!
A volta pra casa não teve nada de mais também, chegamos em Aachen, fomos ao mercado, preparamos a viagem pra Bruxelas e antes de dormir consegui falar pelo Skype usando o microfone. Sensação maravilhosa, ouvir a voz das pessoas aí em casa. A saudade tá que aperta, cada vez mais...
Não, não consegui dormir cedo, graças ao Skype, mas valeu a pena! ;)